As perdas da indústria de transformação brasileira com os sete feriados e três pontos facultativos federais que cairão em dias de semana serão de R$ 54,6 bilhões, de acordo com o estudo O Custo Econômico dos Feriados Federais para a Indústria, divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O levantamento tem como base a relação de feriados e pontos facultativos divulgada pelo Ministério do Planejamento e não inclui o Dia do Servidor Público, "por ser ponto facultativo não consagrado como feriado", nem a Quarta-feira de Cinzas, por ser ponto facultativo até as 14 horas. Segundo o gerente de Ambiente de Negócios e Infraestrutura do Sistema Firjan, Guilherme Mercês, o valor representa 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do País. "Em um ano em que a economia não cresce e com essa quantidade de feriados, fica complicado crescer", comentou.
O economista disse que o prejuízo com os feriados nacionais esse ano será menor do que em 2015 (R$ 59,9 bilhões). Ele explicou que quando o feriado cai em dia de semana, paralisa as atividades ou impõe custos trabalhistas dobrados às indústrias que optam por permanecer funcionando. Os setores que têm trabalho contínuo, como o siderúrgico, por exemplo, são os mais prejudicados. As indústrias que atuam sob demanda, como a de plásticos e de vestuário, também são afetadas, segundo o economista.
A redução do chamado custo Brasil e a busca pelo aumento da competitividade da indústria brasileira têm levado a Firjan a defender o deslocamento dos feriados que caem no meio da semana para a segunda ou sexta-feira, uma bandeira antiga da entidade. Segundo Mercês, em todo o mundo há tentativas para diminuir o número de feriados nacionais, visando ampliar a produtividade dos setores público e privado. (A.B.)