O comércio varejista registrou o Natal mais fraco no volume de vendas dos últimos cinco anos. De acordo com o indicador apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as consultas para vendas a prazo registraram queda de 15,84% na semana que antecedeu o Natal, entre os dias 18 e 24 de dezembro. Trata-se do segundo ano consecutivo em que as compras parceladas apresentaram queda no período, mas em 2014 a contração havia sido um pouco mais branda, de 0,7%. Nos anos anteriores, as variações positivas foram de 2,97% em 2013; 2,37% em 2012; 2,33% em 2011 e 10,89% em 2010. 
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o resultado negativo já era aguardado pelos lojistas e reflete a tendência de desaquecimento das vendas no varejo, observado ao longo de 2015, em virtude do cenário econômico desfavorável, com crédito mais caro, inflação elevada, aumento do desemprego e baixa confiança do consumidor para se endividar. 
As consultas para vendas a prazo no Natal repetiram o comportamento de baixa das demais datas comemorativas deste ano: a queda nas intenções de vendas parceladas também se repetiu no resultado do Dia das Crianças (-8,95%), Dia dos Namorados (-7,82%), Páscoa (-4,93%), Dia das Mães (-0,59%) e Dia dos Pais (-11,21%). 
Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a queda no volume de vendas parceladas no comércio é consequência direta da crise econômica.
"O comércio vendeu menos à prazo, mas não significa que o brasileiro deixou de presentear. Sem dúvida que este foi o Natal das lembrancinhas", diz Pinheiro.
Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, o movimento nas lojas nos últimos dias do ano e nas primeiras semanas de janeiro dependerá da criatividade dos lojistas e da atratividade das promoções. "Como essa é a famosa semana das trocas de presentes, a expectativa é de que as promoções reaqueçam o mercado até o final de janeiro. A última semana do ano pode levar os brasileiros às lojas novamente e impulsionar o comércio com as compras de produtos para o Ano Novo, já que é tradição do brasileiro passar o Réveillon de roupa nova", afirma a economista Marcela Kawauti.