Após entregar ao Congresso Nacional a proposta de Orçamento de 2016 e o Plano Plurianual (PPA), o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou ontem que a peça orçamentária prevê um crescimento de 0,2% no próximo ano, com previsão de inflação de 5,4% e o salário mínimo de R$ 865,50.
Ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Barbosa confirmou o que o relator do Orçamento de 2016, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), havia anunciado: que o déficit será de R$ 30,5 bilhões, o que corresponde a 0,5% do PIB.
Segundo o ministro do Planejamento, uma das ações que o governo pretende fazer para reduzir o déficit prevê a atuação nos chamados gastos obrigatórios da União. "(São) aqueles gastos que são determinados por lei. Qualquer atuação sobre aquele gasto necessita de uma proposta legal, de lei ou de emenda constitucional, ou seja, precisa ser construída com a sociedade e principalmente com o Congresso Nacional", afirmou. "Nós estamos trabalhando em propostas para melhorar gradualmente a situação fiscal do País", completou. Barbosa também previu que a convergência da inflação para o centro da meta, que é de 4,5%, ocorra até 2017. No projeto de lei orçamentária de 2016, o governo projeta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,4% no próximo ano, em linha com as previsões do mercado. "Se prevê uma convergência para o centro da meta até 2017", afirmou. No boletim Focus divulgado ontem, a previsão dos analistas é que a inflação encerre 2016 em 5,51%.
Segundo Barbosa, a expectativa é que o crescimento da economia ganhe mais velocidade também a partir de 2017. Ele ressaltou que o saldo da balança comercial já está contribuindo para a recuperação da economia em 2015 em 1,6%, mas a queda na demanda interna é maior, de 3,4%. "Esperamos que a recuperação do saldo seja seguida por recuperação do investimento e que ele volte a crescer a partir de meados de 2017. Para isso, nós temos vários programas", afirmou.