São Paulo enfrenta desde o ano passado a pior crise hídrica dos últimos 84 anos, e o Sistema Produtor Alto Tietê (Spat), que atende 4,5 milhões de pessoas, é o segundo do Estado que sofre a maior seca - só perde para o Cantareira, que já opera com o volume morto.
Mogi das Cruzes fechou o mês de agosto com uma economia de apenas 11% no consumo de água na comparação com o mesmo período do ano passado. O porcentual ficou bem abaixo da meta estipulada pela administração municipal, que é de 30%. Além disso, foi o menor índice registrado desde que o Plano de Contingenciamento de Água foi implantado no município, em fevereiro deste ano.
O Programa de Bônus da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) resultou na economia de 14,2 bilhões de litros de água no Alto Tietê, no período de abril de 2014 até julho deste ano. Há dois meses, a ação acarretou na economia de 893,6 milhões de litros, volume suficiente para abastecer mais de 200 mil pessoas por um mês, segundo dados da Sabesp. Os números são referentes a oito municípios da região: Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá, Salesópolis, Suzano e os bairros de divisa de Mogi das Cruzes.
O problema é que a população, em geral, parece se preocupar com a alarmante situação apenas quando a campanha sobre a crise hídrica está bem aquecida na mídia e quando alcança resultados positivos, mesmo que mínimos, esquece de continuar se policiando na economia deste bem precioso. O racionamento precisa ser constante.
O brasileiro ainda usa e abusa muito da água. Talvez se déssemos mais atenção para os graves prejuízos causados à população mundial, principalmente àquela sem acesso à água potável, tomaríamos mais cuidado. Nosso planeta tem mais de 70% de sua superfície coberta pelo líquido. Ainda assim, é preciso um alerta para tentar mobilizar as pessoas a preservarem este recurso natural.
Segundo a ONU, a população mundial, que em 2000 era de 6,2 bilhões de pessoas, deve aumentar em mais 3 bilhões até 2050. A demanda por água crescerá e será preciso achar formas de conservar e reciclar este bem.
À medida que a população cresce, a quantidade de água disponível diminui. Acompanhe alguns números preocupantes: o planeta conta com apenas 3% da água doce. Desses 3%, 2,5% está congelada na Antártica, no Ártico e em glaciares e, portanto, não está disponível para consumo. Em 2025, dois terços da população mundial viverão em países com sérios problemas de abastecimento, especialmente no norte da África, no Oriente Médio e no extremo Oriente. E o principal: 1/6 da população mundial não tem acesso à água potável.