Não há dúvida de que será uma ajuda e tanto a iniciativa do governo do Estado em capacitar as prefeituras no combate à corrupção na administração pública. Em tempos de questionamentos sobre o desempenho das autoridades, toda forma de controle e coibição de práticas ilícitas com o erário é muito bem-vinda. Não apenas para a população, para o contribuinte, que quer cada vez mais o dinheiro de seus impostos ser aplicado onde se deve e não desviado para fins escusos, mas também para os bons políticos, que podem ratificar suas condutas ilibadas e dentro da legalidade.
A ação encabeçada pelo governador Geraldo Alckmin, lançada anteontem, por meio de um modelo de decreto a ser realizado pelas prefeituras, regra os mecanismos de auxílio que será prestado aos agentes públicos dos municípios para cumprimento da Lei Federal Anticorrupção. No ano passado, São Paulo se destacou ao ser a primeira unidade federativa a regulamentá-la. Na prática, o governo estadual irá prestar a capacitação às prefeituras interessadas.
Políticos da região demonstraram interesse na iniciativa e prestigiaram o evento no Palácio dos Bandeirantes, como os prefeitos de Suzano, Paulo Tokuzumi (PSDB), e de Mogi das Cruzes, Marco Bertaiolli (PSD). E será imprescindível que todas as cidades tenham essa ferramenta legal para punir qualquer órgão ou empresa que venha a prejudicar de forma corrupta os serviços públicos prestados pelas administrações municipais. O certo seria se o Poder Público não precisasse gastar seu tempo para garantir algo que deveria ser regra. Mas já que a realidade é outra e a onda atual é de "limpeza" para melhorar o trato com a coisa pública, depois de tanta sujeira que se descobre a cada dia que passa, a iniciativa é válida.
De qualquer forma, sem dúvida, irá inibir ações externas questionáveis que possam corromper servidores e funcionários comissionados e de confiança dentro de uma prefeitura e vice-versa. Felizmente, ainda há quem se disponha a moralizar a política, mesmo que por força de lei federal e decreto estadual. Com cada um fazendo a sua parte e fechando o cerco a esse verdadeiro câncer na gestão pública, as chances de termos administradores cada vez melhores no futuro aumentam bastante.