O Dat mostrou na edição de ontem, na mesma página, duas realidades bem distintas em relação à prestação de serviço de saúde pública em Itaquaquecetuba. Enquanto o Hospital Santa Marcelina volta a sofrer com a falta de médicos e com a superlotação de pacientes, notícia que foi a manchete do jornal, na rede municipal, a prefeitura reativou a Ouvidoria do setor para estreitar o canal de comunicação com a população e aprimorar o que é necessário.
Claro que são situações bastante opostas, já que uma é sobre uma unidade hospitalar de extrema importância para o Alto Tietê com graves e recorrentes problemas que ainda estão longe de chegar ao fim, e a outra dá conta de um serviço prestado pela cidade, menos abrangente que a primeira. No entanto, fica evidente a atenção das autoridades quando o assunto é saúde. Trata-se de uma área muito sensível e que sempre requer uma atuação considerável do Poder Público.
Não é de agora que o Hospital Santa Marcelina passa por essa situação. Nos últimos dois meses, foram dois os comunicados enviados pela unidade a diversos setores e serviços para que evitem enviar pacientes para lá devido à ausência médicos, como pediatras e clínicos, e também à grande quantidade de pessoas no local aguardando atendimento. Se um hospital que é referência para milhares de cidadãos não tem condições plenas de garantir o serviço, inevitavelmente, o problema vai recair sobre a rede básica municipal, que não pode dar conta, e sobre outras unidades no Alto Tietê.
Ainda que o governo do Estado já tenha se manifestado no mesmo dia sobre o assunto, garantindo que se tratava de um problema pontual e que não se estenderia, o fato é que há uma necessidade urgente de que ao Santa Marcelina seja direcionada uma atenção que não está ocorrendo. Se estivesse, certamente, a situação seria outra. Apesar de todas as dificuldades, há a necessidade de ser feito algo que garanta uma melhoria mais duradoura.
Por outro lado, a Prefeitura de Itaquá está fazendo a sua parte. Além de reativar a Ouvidoria, está criando o Centro de Saúde 24 horas e a Unidade Básica de Saúde do Centro e já projetando um Centro de Especialidades Odontológicas e um Ambulatório Médico de Especialidades. Isso sem contar que a Unidade de Pronto Atendimento no Jardim Caiuby tem prestado um serviço de referência. Enfim, o que se espera no Santa Marcelina é o mesmo trabalho que se vê executando na cidade e que já tem resultados.