Férias combinam com diversão, o que, para muitos garotos, significa empinar pipas nas ruas ou parques das cidades. Especialmente nos finais de semana ensolarados é possível ver centenas delas no ar e linhas cruzadas para tudo quanto é lado, o que aumenta o risco de acidentes, potencializado, muitas vezes, pelo uso do cerol (mistura de cola com vidro moído).
Mesmo que não seja utilizada a substância, o perigo ainda persiste, já que as linhas podem encostar na rede elétrica e eletrocutar as vítimas ou, ainda, cortar algum pedestre ou ciclista, provocando graves ferimentos e até a morte, como ocorreu, em 9 de janeiro deste ano, com um motoboy de 20 anos que passava pela avenida Pedro Machado, no Mogi Moderno, em Mogi das Cruzes. O jovem trabalhava entregando pizzas com uma moto, quando sofreu um corte profundo no pescoço causado pelo contato com uma linha chilena (cortante) de pipa, e morreu na hora.
O fato gerou comoção entre os motociclistas, que chegaram a organizar passeatas em protesto contra o uso do cerol. Também gerou ampla repercussão sobre a necessidade das motos possuírem antenas para barrar linhas de pipas, bem como sobre a lei vigente na cidade, que estabelece multas para quem usa ou vende a substância cortante.
Mesmo assim, faz-se necessário aumentar a fiscalização não só em Mogi, mas tem toda a região, principalmente nesta época do ano. Isso porque muito embora as férias já estejam acabando, basta uma rápida visita aos parques para constatar que o risco é iminente.
No último domingo, por exemplo, a Guarda Civil Municipal (GCM) de Mogi apreendeu 20 carretéis com linhas cortantes, que estavam em poder de adolescentes, em parques da cidade. Se ações como esta fossem estendidas aos demais municípios, certamente muitos outros casos seriam flagrados.
Vale lembrar que a população pode ajudar, denunciando o uso do cerol em Mogi para o telefone 0800-770-1566, pois, quando se trata da vida, é sempre melhor prevenir do que tentar remediar o que é irremediável.