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Todo o nosso progresso tecnológico, que tanto se louva, o próprio cerne da nossa civilização, é como um machado na mão de um criminoso". A frase dita por Albert Einstein é antiga, mas pode ser muito bem adaptada aos dias atuais. Principalmente se tratando de comentários racistas e xenófobos que são postados em redes sociais.
A Internet trouxe ao homem muitos benefícios, como a rapidez da informação e a comunicação sem limites. Mas, por outro lado, ela prova que a tecnologia cresce em ritmo mais acelerado do que o homem pode suportar.
Basta analisar a grande quantidade de comentários desrespeitosos que são disparados todos os dias nas redes sociais para constatar que a tecnologia avançada pegou a humanidade - enraizada no preconceito - de surpresa.
E como muita gente ainda acredita que a Internet é um mundo à parte e sem leis e as redes sociais são pratos cheios para ofensas pessoais gratuitas.
Segundo levantamento feito pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Organização Não Governamental (ONG) SaferNet Brasil, as denúncias relacionadas a conteúdos ilícitos na Internet aumentaram 8,29% em 2014. Foram recebidas 189.211 reclamações, envolvendo 58.717 páginas distintas da web.
Os dados mostram um aumento de 34,15% das páginas indicadas como racistas e de 365,46% de xenofobia.
Recentemente, presenciamos os ataques racistas dirigidos à "garota do tempo" do Jornal Nacional, Maria Julia, a Maju, nas redes sociais. O caso teve grande repercussão por se tratar de uma pessoa pública Do telejornal de maior audiência do Brasil, porém, não é um caso isolado. Atos racistas acontecem todos os dias na Internet e, por isso, é preciso que a lei contra a discriminação funcione de forma rígida.
No caso Maju, a Polícia Civil já localizou pelo menos um suspeito. É bom lembrar que a pena a quem divulga mensagens relacionadas a preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, segundo o artigo 140 do Código Penal, é de 2 a 5 anos de reclusão.
O homem já foi do campo, da cidade e agora é da Internet. E nesse novo meio a lei deve ser aplicada com rigor.
A Internet dá um falso poder a preconceituosos e uma "liberdade" de ofender as pessoas sem razão aparente. Só não podemos esquecer que o mundo virtual apenas reflete a realidade da sociedade. O racismo não está na Internet e sim nas pessoas.