Já houve muita divulgação a respeito do assunto, mas até agora nada de concreto aconteceu e tudo leva a crer que alguns meses ainda serão necessários para que se veja o que de fato vai interferir na vida de muita gente, mais especificamente do ponto de vista negativo.
Apesar de ter sido lançado um ano e cinco meses atrás, o projeto que prevê a construção do Corredor BRT Metropolitano Alto Tietê, que nada mais é do que um nome pomposo para o futuro corredor de ônibus intermunicipal que vai interligar as cidades de Arujá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e Poá, já vinha sendo mencionado e prometido pelas autoridades estaduais muito tempo antes, inclusive com realização de encontros e audiências para tratar do tema.
O fato é que ninguém sabe como será o traçado. Não apenas para ter noção de como será feito o trajeto dos coletivos, mas, principalmente, ter conhecimento onde as pistas ficarão e quantos e quais imóveis precisarão ser desapropriados para que a iniciativa do governo do Estado possa sair do papel. Claro que se trata de um avanço para o transporte de cidades importantes da região, mas a indefinição sobre aqueles que terão de deixar suas casas e comércios só aumenta a angústia gerada pela dúvida e pela falta de informações mais claras.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) veio até o Alto Tietê, em evento promovido em Ferraz, falou a respeito das melhorias previstas e dos investimentos necessários, que chegarão a R$ 336 milhões. No entanto, de lá para cá, nada mais andou. Ontem, o Dat mostrou que a promessa da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) é de que o projeto básico fique pronto em setembro, quando será possível não apenas saber detalhes da futura obra e dos serviços que serão prestados, mas também ter a certeza sobre as desapropriações necessárias, essa sim uma preocupação premente que precisa começar a ser tratada com todos os envolvidos.
A exemplo do que ocorreu quando ações nesse sentido também foram realizadas para a execução do projeto do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas (SP-21), problemas irão surgir, sem dúvida. Principalmente porque muita gente terá dificuldades para comprovar a titularidade das propriedades ou mesmo poderá questionar os valores oferecidos. O impacto social será inevitável.
Tomara que o governo do Estado tenha um trato melhor e mais humano do que aquele do período que antecedeu a obra do Rodoanel na região. E que comece a agir logo e a contatar as pessoas que serão afetadas.