O Núcleo de Avaliação Física (NAF) e o Pró-Hiper, por meio da Secretaria de Esporte e Lazer de Mogi das Cruzes, iniciam amanhã (24) as avaliações do projeto AMI (Avaliação e Monitoramento de Idosos) em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) subvencionadas pela Prefeitura, para verificar as condições da qualidade de vida das pessoas idosas residentes. Os primeiros idosos a receberem a visita dos profissionais para avaliação serão os da Casa de São Vicente de Paulo, localizada na rua São João, 792, no centro, às 13 horas.
Segundo Juraci de Almeida, presidente do Conselho Municipal do Idoso (CMI), a iniciativa começou a ser elaborada depois de uma solicitação requerida pelo conselho à Pasta. O programa visa acompanhar os idosos institucionalizados através de avaliações físicas, colhendo dados e informações que indicarão as condições de saúde e qualidade de vida dos residentes de ILPIs. Também consta na descrição do projeto que, desta forma, a AMI busca garantir o cumprimento da lei municipal 4.864/99, na qual compete ao município garantir o atendimento e realizar o levantamento da pessoa idosa da cidade.
"A Secretaria de Esporte sempre esteve em sintonia com os anseios do Conselho do Idoso e tem uma equipe muitíssimo competente e totalmente especializada na saúde do idoso para garantir o sucesso do projeto. Nosso desejo é que, em curto prazo, tenhamos resultados expressivos e que auxilie na melhora da qualidade de vida dos idosos atendidos pelo projeto.", ressaltou o secretário de esportes Gustavo Nogueira.
De acordo com a descrição do projeto, o protocolo de avaliação se pautará em três diferentes indicadores, sendo eles: o grau de fragilidade, também definida com síndrome de declínio de energia; dinapenia, referente à diminuição da força muscular; e sarcopenia, que indica a perda da massa muscular. "Hoje, a sarcopenia, e principalmente a dinapenia, são indicadores de risco à mortalidade", apontou o Doutor em Neurociência e especialista em Envelhecimento Saudável, professor Pedro Braga, que atua junto ao CMI e realizará as avaliações pelo NAF.
O professor também destaca a importância da iniciativa. "O que percebemos hoje é que idosos institucionalizados acabam tendo sarcopenia e dinapenia mais acelerada que idosos não institucionalizados. Isso não é culpa das instituições, mas, muitas vezes, essas pessoas já têm histórico de agressão, alcoolismo, drogas, má alimentação, enfim, fatores agressores que os levam mais facilmente para graus mais avançados dessas doenças", explicou.
O neurocientista ainda ressalta que o avanço dessas patologias deterioram a qualidade de vida a ponto de levarem o idoso a necessitar de cadeiras de roda ou até mesmo de leitos para repouso, passando a ter uma vida sedentária, o que tende a gerar comportamentos mais agressivos.
O professor Sérgio Passos, especialista em gestão pública com MBA em gestão do esporte e um dos elaboradores do projeto AMI, destaca que com as avaliações será possível melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa. "Dessa forma poderemos acompanhar, através dos indicadores, a progressão da condição física e de saúde ao longo do tempo, e avaliar se os programas de atividades físicas vem sendo efetivos na manutenção dos fatores essenciais para uma qualidade de vida com uma maior independência e autonomia", explicou.
Sedentarismo
Segundo a presidente do CMI, a iniciativa também será importante para que os idosos continuem a ter uma vida ativa mesmo depois de estarem nas entidades. "É uma forma que se tem de avaliar se as casas de repouso estão cuidando bem dos idosos, principalmente com a questão do sedentarismo. Uma vez que queremos acabar com isso, pois queremos que os idosos sejam ativos mesmo dentro de casas de repouso", comentou.
Em paralelo, o Dr. Braga comentou que algumas visitas técnicas já foram realizadas em ILPIs e revelam algumas melhorias que podem ser incrementadas. Segundo ele, as atividades físicas são essenciais para a liberação de hormônios necessários para a manutenção das funções cognitivas. "Muitas das atividades realizadas hoje têm a função de preservação das funções cognitivas. Essas são de extrema importância, mas não podem ser as principais. A ciência evidencia que cérebro sedentário não aprende. Desta forma, os exercícios cognitivos quando associados aos exercícios físicos terapêuticos têm ganhos muito mais evidentes", explicou.
*Texto supervisionado pelo editor.