O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, é uma data importante para reforçar os perigos causados pelo tabagismo à saúde. Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os danos do uso do tabaco em todas as suas formas — inclusive as mais modernas e aparentemente "inofensivas", como os cigarros eletrônicos.

Apesar das campanhas de prevenção, o tabagismo ainda é responsável por milhões de mortes todos os anos. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) são mais de 8 milhões de óbitos por ano no mundo. No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo.

Mais de 80% dos casos diagnosticados de câncer de pulmão estão associados ao consumo de derivados de tabaco. “O cigarro contém mais de 7 mil substâncias químicas diferentes, das quais mais de 70 são cancerígenas”, alerta o cirurgião oncológico Ricardo Motta.

 Ainda segundo ele, o tabaco está diretamente ligado a diversos outros tipos de câncer. “Por isso, o tabagismo precisa ser visto como uma doença que requer cuidados e uma linha de atenção maior”, frisa o cirurgião oncológico.

Cigarros eletrônicos: o novo alerta

Nos últimos anos, um novo desafio surgiu: o uso crescente de cigarros eletrônicos entre adolescentes e adultos jovens. Dados recentes divulgados pela Agência Brasil mostram que o consumo desses dispositivos aumentou mais de 600%, impulsionado pela falsa sensação de segurança e aromas atrativos - são quase 3 milhões de adultos usuários de cigarro eletrônico no país.

“O cigarro eletrônico não é inofensivo. Ele contém nicotina, substância altamente viciante, além de outras toxinas que podem causar danos pulmonares e cardiovasculares sérios. É importante reforçar que não existe forma segura de consumo de tabaco. Parar de fumar é uma decisão difícil, mas possível, e contar com apoio médico, psicológico e campanhas de conscientização é fundamental para vencer esse vício”, explica o oncologista.