Em tempos de avanços exponenciais da tecnologia — como a inteligência artificial (IA), a internet das coisas e a automação —, a segurança da informação precisa estar em primeiro plano. E aqui, estamos falando da cibersegurança: essencial para proteger dados sensíveis, evitar invasões e garantir a integridade de sistemas que sustentam o funcionamento de empresas.
A recente Pesquisa de Maturidade da Indústria em Cibersegurança, Proteção de Dados e Governança de IA, realizada pela Fiesp, oferece um retrato preocupante, mas necessário. Os dados indicam que o tema precisa ganhar mais protagonismo, em especial diante dos avanços trazidos pela Indústria 4.0.
O levantamento, feito com base em 300 empresas de diferentes portes (micro, pequenas, médias e grandes), revelou que 41,2% delas ainda não possuem qualquer estrutura de cibersegurança. Além disso, 23,5% veem a segurança digital apenas como uma obrigação, sem benefícios diretos para o negócio.Em um mundo onde ataques cibernéticos estão mais sofisticados, se acende o sinal vermelho.
Por outro lado, um dado que chama a atenção é que a preocupação com segurança cresce proporcionalmente ao faturamento. Entre as empresas que faturam até R$ 1 milhão ao ano, apenas 17,2% consideram a cibersegurança uma prioridade estratégica. Já entre aquelas que ultrapassam R$ 1 bilhão em receita, esse número salta para 80%.
Outro ponto do estudo é a governança ética e responsável da IA. Aqui, os dados são ainda mais alarmantes: apenas 4,4% das pequenas e médias empresas implementaram práticas de governança de IA. E embora o uso de inteligência artificial esteja começando a se espalhar, apenas 39,4% das empresas afirmaram usar IA em suas rotinas — nas grandes, esse número é de 16,7%.
A pesquisa lança luz sobre desafios importantes. De um lado, há a necessidade urgente de conscientizar as pequenas e médias empresas sobre a importância da proteção de dados, sistemas e operações — os verdadeiros ativos de qualquer organização. De outro, temos a oportunidade de capacitar a indústria para um futuro mais moderno e competitivo, sempre com foco na inovação segura.
José Francisco Caseiro é diretor regional do CIESP Alto Tietê