Volta à pauta nesta semana, como dizemos no meio jornalístico, as escolas cívico-militares. O tema está no centro dos debates com as consultas públicas a serem feitas pelas unidades escolares interessadas em aderir ao modelo. Pais, alunos e responsáveis serão convidados para opinar sobre a implantação já no segundo semestre. A discussão deve se estender até o fim deste mês.
Na região, 15 escolas manifestaram interesse, a maior parte de Mogi das Cruzes. Também há unidades de Poá, Itaquaquecetuba, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos e Guararema. Em todo o Estado são 300 escolas interessadas, e o governo estadual pretende que até 100 adotem o programa neste ano.
No novo modelo policiais da reserva atuaram nas unidades, contribuindo na organização e segurança escolar. Um apoio importante diante da insegurança que invadiu também os muros da escola, mas fica em aberto o debate sobre as muitas demandas que as escolas têm que vão além da segurança, ligadas também a infraestrutura e condições de trabalho de seus profissionais.
Vale nos perguntarmos, especialmente a gestão estadual, será que estamos oferecendo o melhor no modelo já instituído para optarmos por um novo modelo, independentemente da participação de oficiais da reserva ou não? As escolas estaduais há muito tempo, salvo algumas exceções, deixaram de ser uma referência de ensino, um modelo a ser seguido, com alunos superando as expectativas.
Nos últimos anos, o que tem se visto na verdade é um grande volume de estudantes avançando pelas séries, sem a garantia de que o básico do conteúdo foi aprendido, o que certamente se agravou nos últimos anos depois da pandemia de Covid-19. Nem todos tiveram acesso aos conteúdos on-line pela dificuldade da internet de qualidade que não chega a todos.
Talvez o modelo cívico-militar seja um bom caminho, dê resultado nas unidades, mas é preciso olhar para toda a rede, e sanar as dificuldades enfrentadas para realmente avançarmos na qualidade de ensino e nas melhores condições de trabalho para os profissionais da educação.