Richard Thaler, prêmio Nobel de Economia, em entrevista, disse: "Não consigo me lembrar de outra época em que tenha havido tanta incerteza. Todos nós estamos vivendo um dia de cada vez – e é provável que continue assim... São tempos assustadores". A nossa era de incerteza surgiu do xeque-mate que o racionalismo tentou dar na verdade absoluta substituindo-a por uma colcha de retalhos de verdades relativas, uma confusa "Torre de Babel" construída sob a égide egocêntrica e profana do desejo do homem de ser igual a Deus.
A visão materialista que domina o mundo é incompatível com a fé cristã: ter é mais importante do que ser; o prazer é tudo e deve ser buscado a qualquer preço; pessoas devem ser consideradas como objetos, usadas e descartadas; o homem é o centro do Universo e requer a sua glorificação. Falta pouco para o homem perder de uma vez a crença de ter sido criado pelas mãos de Deus. O pós-modernismo o fez rejeitar a fé em Deus e de ser massificado pelo existencialismo em ser "nada", em prejuízo da sua individualidade.
A reputação aparente de alguém no palco da vida esvazia a sua dignidade na intimidade dos bastidores do seu viver diário. No lar humilde do carpinteiro José, o menino Jesus cresceu com os irmãos e nada foi dito em ter frequentado uma escola ou universidade. Maria sabia, em segredo, que Ele era o Deus encarnado, na adolescência Ele mostrou sabedoria aos doutores da lei, nenhum milagre descrito antes dos 30 anos. Numa ocasião em que Jesus já exercia o seu ministério, perguntou aos seus discípulos: "Quem diz o povo ser o Filho do Homem?" Responderam: "Elias, João Batista ou outro profeta". Então, os interpelou de modo pessoal: "Quem vocês dizem que eu sou?". Pedro respondeu com muita convicção: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo". Jesus afirmou para Pedro que a sua resposta não foi dada pela razão, mas pelo seu Pai que está nos céus. E se Jesus, neste Natal, lhe perguntar: "Pra você quem Eu Sou?" Numa era de incerteza você terá para Ele, pela fé, a resposta certa?
Mauro Jordão é médico.