Um antigo adágio diz: "As melhores coisas na vida são gratuitas". Alguém afirmou que leu numa placa: "As melhores coisas na vida não são coisas". Os dois dizeres se referem a coisas, afinal qual o significado de "coisa"? Tudo o que existe ou que pode ter existência - essa resposta é suficiente?

Há uma diferença entre as palavras "eu", que me identifica como único no meio de oito bilhões de pessoas, e "coisas" que significam literalmente qualquer coisa. Às vezes a gente ouve de alguém que está servindo, do outro lado do balcão, dizer de modo desrespeitoso: "Oi "Zé", pode pedir!" A expressão fere a qualidade do estabelecimento e o freguês se sente desvalorizado. No meio de uma fofoca alguém pergunta: "Quem foi que lhe contou?" "Sei lá! Acho que foi "o coisa"!

Diz a geração nova, como chacota e certo desprezo, que velho só sabe reclamar de dor e reviver o passado. Na realidade, o mundo atual está tão conflitante que os seus moradores estão buscando viver num mundo virtual construído por eles mesmos. Estão fugindo do mundo espiritual estabelecido por Deus, onde há justiça e amor, e desejando viver no mundo pragmático em que as pessoas não se tocam, cada vez mais distantes entre si, longe de Deus e do próximo.

As melhores coisas na vida não são coisas, são pessoas que nos abraçam, nos acariciam e nos amam. Sem dúvida as melhores coisas na vida nos foram dadas de graça pela Graça de Deus: molhar os pés num riacho inquieto, jogar uma "pelada" com os amigos, rolar na grama com as crianças e contar para elas histórias da Bíblia.

Cuidado para não crer que o melhor na vida é ficar, por horas, com os olhos fixos na tela vendo filmes e vídeo games radicais de violência, não leva a nada, só condicionam a mente a gostar da brutalidade.

Os que assim procedem estão perdendo tempo demais em prazeres fabricados e deixam de ver e sentir o melhor na vida: Deus em Jesus Cristo, a beleza romântica da Natureza e o próximo a quem devemos amar e compartilhar a nossa felicidade.

Mauro Jordão é médico.