A semana foi marcada por massacres. Em uma escola de educação infantil no Texas, alunos de dez anos e dois professores foram fuzilados com disparos de AR-15, fuzil comprado livremente por um assassino de 18 anos que foi morto pela polícia após o massacre. No Rio de Janeiro, uma operação policial terminou com a morte de mais de duas dezenas de pessoas, uma vítima não relacionada ao crime e as demais apontadas como traficantes. No interior de São Paulo, um homem matou duas filhas, de cinco e seis anos e depois foi preso. São massacres que além das vítimas fatais, dilaceram a alma da humanidade.

A morte violenta, principalmente, de crianças causa uma grande repulsa social. A escalada da violência também chama a atenção. Nos EUA, o acesso à um fuzil é fácil e aparentemente barato, já nos morros do Rio de Janeiro, o acesso parece ser fácil e aparentemente muito caro, mas o estrago é o mesmo. Nos EUA, a questão do acesso às armas é um grande tabu, defende-se a plena liberdade de acesso, sem qualquer restrição, mas isso custou a vida de dezenas de crianças.

Essas vidas foram ceifadas em vão? Não seria o caso de um mínimo controle ou dificuldade de acesso? É uma discussão interna norte-americana. No Rio de Janeiro, onde o crime possui territórios que o Estado não domina, os confrontos são carnificinas com dezenas de mortos, alguns deles sem qualquer envolvimento com o crime, como seu deu com uma mulher atingida dentro de sua casa. Lá criminosos exibem orgulhosamente armas, portam ostensivamente fuzil, metralhadora, pistola e granada, utilizados não apenas contra a polícia, mas contra outros grupos criminosos.

Já em São Paulo a polícia prendeu um assassino que afirmava manter como refém duas filhas menores que na verdade já haviam sido mortas por ele. Endurecimento das penas, maior controle de armas, pena capital para crimes hediondos, são as soluções que aparecem após os massacres. No Texas há pena de morte, mas ela foi ineficaz para impedir o massacre na escola infantil.

Cedric Darwin é mestre em Direito e advogado.