O óleo diesel, combustível dos caminhões, custa o mesmo que um litro de gasolina, mas os caminhoneiros não iniciam nenhum movimento de repúdio aos sucessivos aumentos, muito menos uma greve nos moldes daquela de 2018. Parece que os aumentos sucessivos não causam nenhum impacto, pois não há nenhum sinal de paralização.

Ao que tudo indica a política de preços da Petrobras e os sucessivos aumentos não incomodam a categoria. Aliás, parece que os sucessivos aumentos dos combustíveis não incomoda ninguém no Brasil. Nenhuma categoria diretamente afetada se mobiliza contra os aumentos. Nem taxistas, nem motoristas de aplicativo, nem motoboys, transportadores, donas de casa que pagam até R$ 150 num botijão de gás ou a classe média que deixa R$ 400, R$ 500 ou R$ 600 no posto de combustível ao abastecer um veículo. A sociedade parece anestesiada pelo aumento incessante dos preços como se isso fosse absolutamente normal e que a política de preços da Petrobras seja uma lei natural, contra a qual nada possa ser feito.

Ninguém gosta de greve, mas em certos momentos históricos é necessário que os prejudicados se mobilizem e digam que não é possível continuar da maneira em que está. Precisamos rever a política de preços dos combustíveis, pois a Petrobras conseguiu um feito inédito no Brasil, ter mais lucro que os Bancos. Se a Petrobras é nossa, porque continuar pagando preços altos nos combustíveis? Se somos os acionistas majoritários da companhia, somos nós quem definimos a política de preços e ele não pode atentar contra a própria nação.

A solução é deixar no passado a energia dos combustíveis fósseis e partir para eletrificação, que já começou timidamente é um processo sem volta. Já temos alguns carros populares elétricos que custam pouco mais de R$ 150 mil e muitos de luxo, mas em breve o veículo a combustão perderá sua relevância. Ao invés de perdermos tempo e dinheiro com combustíveis fósseis precisamos olhar para o futuro que é a eletrificação, sua autonomia e o fim dos veículos à combustão. A Europa já fixou data para isso, 2035, é possível que muito antes essa seja uma realidade de todo mundo.

Cedric Darwin é mestre em Direito e advogado