Quem vai ao supermercado regularmente tem se assustado com o preço da carne bovina. O valor do item apresentou alta nas 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em novembro.
O maior aumento foi registrado em Vitória (ES), onde o preço da carne de primeira subiu 19,3% entre outubro e o mês passado. Em São Paulo, a alta foi de 2,39%, mas na prática o consumidor sente um aumento maior. O valor médio do quilo chega a pouco mais de R$ 16.
A situação é preocupante, especialmente neste final do ano, quando o consumo desse tipo de alimento tende a crescer em função das festas e confraternizações. Com o desemprego em alta, as contas extras que surgem em janeiro, como presentes, IPVA e matrículas escolares, muita gente vai precisar mudar os planos. O consumo do frango parece ser a alternativa mais viável, bem como a carne de porco.
A alta, inclusive, já reflete na inflação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,51% em novembro, depois de ter ficado em 0,10% em outubro. Este foi o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%.
O lado bom é que o momento crítico pode favorecer outro setor, o de ovos. Os proprietários de granjas brasileiras já se organizam para um alta do consumo, uma vez que o produto é mais barato e uma boa opção, inclusive nutricional, para substituir a carne.
Especialistas afirmam que o crescimento das exportações de carne para a China é um das causas dessa alta nos preços e que os valores tendem a normalizar nos próximos meses. Analistas também afirmam que um boicote em nada adiantaria. O benefícios seria apenas a própria redução de custo.
Resta aos brasileiros aguardar e, na medida do possível, se organizar para manter suas contas e refeições equilibradas, especialmente com a ajuda do ovo e do frango nos cardápios.