A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) se manifestou sobre a investigação do
Ministério Público (MP) sobre supostos vícios em licenciamento ambiental para Supressão de Árvores e Aterro de Resíduos Inertes em Área de Preservação Ambiental (APA) nas várzeas do rio Tietê em Suzano. De acordo com o órgão, a “Licença Prévia foi emitida em 2018, a de Instalação em 2020 e de Operação em 2022, de acordo com as condicionantes e exigências operacionais estipuladas nas diversas fases do licenciamento”, e que a ocupação está prevista exclusivamente para ZUC.


Questionada sobre o assunto, a Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado afirmou que durante o processo de licenciamento, a Cetesb ouviu a FF, que foi positiva ao aterro em função da obediência a legislação.


“Em processos de licenciamento ambiental não sujeitos a Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), como é o caso, a Resolução CONAMA n° 428 define que o órgão ambiental licenciador deverá dar ciência ao órgão responsável pela administração da Unidade de Conservação quando o empreendimento puder causar dano direto a Área Protegida ou estiver localizado na Zona de Amortecimento”, destacou, em nota.


Dessa forma, a FF declarou não haver vedação legal pela APA e reforçou que o licenciamento ocorre perante a Cetesb, que frente inquérito instaurado pelo MP afirmou que já prestou e continuará à disposição para esclarecimentos. “Com relação ao Conselho Consultivo da Unidade de Conservação, a Instituição esclarece que ele foi instituído em novembro de 2018 e renovado em janeiro de 2021, datas posteriores ao processo”, completou a secretaria.

Por fim, a Prefeitura de Suzano argumentou que toda a área da APA está sendo preservada. “Seria no mínimo estranho a Cetesb e a FF, instituições respeitadas pela sua atuação em defesa do meio ambiente, permitir o surgimento de um empreendimento que viesse a causar degradação na natureza, mais especificamente no rio Tietê, e conceder as licenças necessárias”, explicitou a nota.

O Executivo afirmou ainda que é de conhecimento “que no local será instalado o Centro Industrial, Tecnológico e Logístico de Suzano (CITLOG)”, e que o Condema possui ciência do caso desde 2021.

 

Ministério Público (MP) instaurou um inquérito, em março deste ano, que investiga vícios em licenciamento ambiental para Supressão de Árvores e Aterro de Resíduos Inertes em Área de Preservação Ambiental (APA) nas várzeas do rio Tietê em Suzano, que corria em sigilo. O caso, no entanto, sofreu uma interposição de recurso contrário ao inquérito, que deverá ser apreciado pelo Conselho Superior do MP. O grupo julgará o mérito da acusação.

A Justiça foi acionada após o encaminhamento de uma notícia crime em março de 2022, movida pelo Movimento em Defesa da APA do Rio Tietê. Segundo o documento, por diversas vezes a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) teria mudado o posicionamento a respeito das solicitações feitas pela empresa Mogiana Mineradora para execução dos aterramentos, efetuadas por meio de "Licenças de Operações Precárias” (LOP), de modo a garantir o aterramento por 10 anos. Para o mesmo local da APA existe ainda um projeto de loteamento aprovado pela Prefeitura de Suzano, que seria executado posteriormente.

Ministério Público (MP) instaurou um inquérito, em março deste ano, que investiga vícios em licenciamento ambiental para Supressão de Árvores e Aterro de Resíduos Inertes em Área de Preservação Ambiental (APA) nas várzeas do rio Tietê em Suzano, que corria em sigilo.