Região - As ocorrências de estupros tiveram queda nos municípios do Alto Tietê em janeiro deste ano. Conforme divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), neste primeiro mês foram registradas 28 agressões, enquanto que no ano passado foram 35, em uma baixa de 20% nos casos.

Do total deste ano, 20 crimes foram contra vulneráveis, ou seja, menores de 14 anos, correspondente a 71,42%. Em comparação com o ano de 2022, o recuo foi de 35,48%, visto que os casos deste tipo de estupro somaram 31 ocorrências, equivalente a 88,57% do total.

Em Itaquaquecetuba foram oito casos em janeiro de 2022, e sete em 2023, sendo que foram oito e seis agressões contra incapazes, respectivamente. Já Mogi das Cruzes contabilizou sete estupros no primeiro mês nos dois anos, passando de quatros casos contra vulneráveis no ano passado para cinco neste ano.

O número de casos caiu pela metade em Poá no mesmo período, passando de quatro crimes em 2022, para dois neste ano, sendo um caso contra vulnerável, e três em 2022. Ferraz de Vasconcelos, por sua vez, contabilizou duas ocorrências neste ano, nenhuma contra menores de 14 anos. No ano passado, entretanto, foram três casos contra vulneráveis.

Em Guararema, houve três estupros em janeiro do ano passado, todos contra menores de 14 anos e, neste ano, uma agressão contra vulnerável. Biritiba Mirim, que em janeiro de 2022 registrou três crimes, todas contra vulneráveis, passou janeiro de 2023 sem ocorrências. Não houve registro do crime em Salesópolis e Santa Isabel em nenhum dos anos.

Suzano e Arujá foram as únicas cidades com altas na taxa de estupros na região. O primeiro município passou de quatro notificações para cinco, no comparativo, sendo todos contra vulneráveis. Arujá subiu de dois para quatro casos, sendo dois contra menores de 14 anos.

Alertas e desafios

Para a delegada Silmara Marcelino, da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM) de Suzano, há muito mais casos de estupro do que o número de registros. O importante, segundo ela, é sempre alertar a população sobre a importância de denunciar os agressores. A Lei 12.015/2009 prevê que, mesmo se houver consentimento, no caso de menores de 14 anos, é tipificado como estupro de vulnerável.

Silmara explicou que a maioria dos ataques contra vulneráveis acontece no núcleo familiar ou com o agressor sendo uma pessoa próxima: "Os familiares devem ficar atentos a mudanças de comportamento da vítima, que pode estar sendo assediada e não tem coragem de contar". Ela também alertou que os agressores não têm um padrão de comportamento. "Não é fácil identificar um perfil, pois às vezes eles são queridos pelos familiares, causando surpresa. Mas um caminho é evitar pessoas que tocam nas outras sem necessidade. É importante alertar as crianças que elas podem confiar e contar algo diferente que aconteça", concluiu.

*Texto supervisionado pelo editor.