Mogi - A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) não apenas mudou costumes e protocolos de saúde, mas também mudou a paisagem do emprego: do trabalho presencial para o trabalho doméstico e, em muitos casos, o investimento no próprio negócio, principalmente no setor alimentício com a venda de doces, bolos e refeições para entrega à domicílio. Com isso, o setor de fornecimento de embalagens passou por uma revolução à parte.
Os últimos levantamentos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que o setor de prestação de serviços mantém a expansão do preenchimento de vagas no mercado de trabalho na região do Alto Tietê, o que inclui a venda e entrega de alimentos por telefone ou aplicativo. No âmbito nacional, uma pesquisa feita pela Fispal Food Service e pela Fundação Getúlio Vargas Júnior (FGV Jr.), chamada "O Futuro do Food Service", apontou que 41,6% dos entrevistados aumentaram o consumo de marmitas durante a pandemia nas classes A, B e C.
Segundo Luiz Cláudio França, proprietário da empresa Alumifran, especializada na venda de embalagens para viagem, a demanda continua alta mesmo depois da retomada das atividades, no segundo semestre do ano passado, em muitos casos impulsionado pelo desemprego que motiva o mercado informal.
França conta que o comércio informal acaba tendo uma participação maior que a percepção do público na economia, devido à demanda por embalagens. "Na pandemia, o aumento da procura foi intenso nos anos de 2021 e 2022, depois do baque que foi no ano de 2020. Hoje percebemos uma ampla recuperação, mas ainda está fora dos patamares do ano de 2019", avaliou.
Sustentabilidade
Uma preocupação crescente de consumidores e de autoridades com o aumento do consumo de alimentos por delivery é a destinação das embalagens utilizadas por restaurantes, e seu potencial de reciclagem.
Recentemente, a Comissão Permanente de Meio Ambiente (CMA) do Senado Federal anunciou que trabalha na apresentação de um marco regulatório para a economia circular de plástico. Em fala para a Agência Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) reforçou que o atual ritmo de uso de embalagens de plástico pode levar a um depósito de plástico nos oceanos com um peso maior que o da vida marinha.
Na prática do mercado, a busca pela sustentabilidade ainda está pequena entre os fornecedores de micro e pequeno porte, segundo o dono da Alumifran. "Embalagens sustentáveis ainda não possuem um grande volume de produção, e ainda possuem um custo alto que impactam o lucro de quem empreende, e o mercado rejeita. Com o tempo pode alcançar e a escala, mas antes é preciso ter o incentivo à reciclagem e a separação para a coleta seletiva", ponderou.
A Alumifran conta com duas lojas em Mogi das Cruzes: na rua Barão de Jaceguai, nº 481, centro, e na avenida Francisco Rodrigues Filho, nº 626, no Mogilar.