Mogi - Um grupo de moradores do bairro Jardim Margarida realizou na tarde de ontem um protesto na entrada do setor de Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, localizado no Mogilar. A reivindicação da comunidade é pela melhoria na oferta de serviços de saúde no equipamento médico, de responsabilidade do Estado.

O grupo se concentrou por volta das 15 horas, com placas e cartazes pedindo que o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, determine a reabertura do setor de Pronto-Socorro (PS) para a demanda espontânea da comunidade, além do aumento da oferta de especialistas.

O setor encontra-se fechado desde o dia 1º de fevereiro de 2021, recebendo apenas casos encaminhados pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Desde então, a porta de entrada da rede pública de saúde em Mogi das Cruzes e no Alto Tietê ficou concentrada nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Oropó e Rodeio, além do PS da Santa Casa de Misericórdia.

Henrique Soares é presidente da Associação Beneficente Jardim Margarida - Comunidade Vitória, e foi um dos organizadores do ato, e ratificou que o pedido não é apenas pela retomada do atendimento de urgência, mas também para especialidades médicas.

"Temos aqui um grupo de mais de 50 pessoas apenas no Jardim Margarida que aguarda o encaminhamento com especialistas, incluindo casos para cirurgias. O tempo de espera chega a três anos, e em alguns casos apenas a procura junto à Imprensa para a repercussão chega a dar algum andamento em seus casos", explica.

Um dos casos é de Ivanda Marinho de Brito, que alegou aguardar há mais de seis meses por uma consulta com um especialista em oftalmologia. "Tenho um problema no olho direito, e preciso de acompanhamento constante. Minha filha e eu esperamos há meses para uma consulta, mas dizem que estão dando prioridade aos casos em setembro do ano passado. Neste ritmo, vão nos atender apenas no ano que vem", protestou.

O presidente da associação de moradores reforçou que vem atuando por meio de documentos e ofícios ao governo do Estado pleiteando a reabertura do PS do Hospital Luzia, devido à sua importância junto à comunidade.

"Este é o primeiro dos protestos que fazemos diretamente pela reabertura do Pronto-Socorro e pela melhoria nos atendimentos. Estamos nos organizando para mais atos, inclusive em São Paulo, para chamar a atenção do governo estadual. Temos que ir para além de apenas falar", destacou.

Reposta do Estado

A reportagem encaminhou um pedido de informações à Secretaria de Estado da Saúde sobre a situação do Hospital Luzia de Pinho Melo, planos para o setor de Pronto-Socorro e sobre a oferta de médicos especialistas. Em nota, a Pasta informou que os hospitais estaduais da região do Alto Tietê já realizaram juntos cerca de 126,1 mil atendimentos no Ponto-Socorro e 114,8 mil atendimentos ambulatoriais no períodS de janeiro a maio deste ano.

"Conforme pactuado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Secretarias Municipais de Saúde, em reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR), que definiu a priorização de casos graves e urgentes em determinados Prontos-Socorros estaduais, o direcionamento da demanda de quadros leves é feito aos serviços da rede de saúde municipal", destacou a secretaria.

De acordo com a Pasta, "esta forma de atendimento referenciada inclusive é prevista pelo SUS para hospitais de alta complexidade, altamente equipados e capacitados para atender especialidades como oncologia, cardiologia e traumas, por exemplo".