O Dia Mundial do Meio Ambiente começou como uma conferência das Nações Unidas em 1972 sobre a importância da atenção à situação de nossos recursos naturais e da viabilidade de nossa sobrevivência. Já se vão cinquenta anos: meio século. Quais foram as marcas que ficaram e que estamos deixando para nosso futuro?

Estamos tão próximos do início dos debates em escala internacional sobre o risco de uma extinção causada pelo abuso de nossos recursos, quanto os homens e mulheres que começaram esta discussão estão do início do Holocausto, a maior tragédia causada pela mão do homem no século XX. E que fique claro que os casos não são equivalentes em seu impacto e horror, mas são aproximados diante do apelo que nos chamam para uma correção urgente sobre nosso conceito de humanidade e sociedade.

Há meio século, já se chamava a atenção para o risco da atividade humana em sua plena ânsia na busca pelo lucro, produção e consumo ser tão ou mais devastadora que todos os arsenais nucleares existentes na Guerra Fria. O que inicialmente foi considerado um tema de debates feitos por "bichos-grilo" ou pessoas sem qualquer compromisso com a "realidade", hoje nos bate à porta, nos cobrando como uma promissória.

Quando bilionários decidem que é mais excitante e viável abandonar nosso único lar em troca de mudanças em seus lucros e patrimônios, isso é um sinal. Quando prefeitos, secretários e autoridades estaduais se reúnem para debater meios para atender os desastres naturais causados pelas mudanças climáticas em caráter ordinário, é outro sinal: de que as chances do último humano morrer abraçado a uma barra de ouro e um smartphone estão maiores do que poderíamos imaginar, mas pode haver uma luz no fim do túnel.

É inegável que desde o início dos debates sobre a preservação ecológica, que foram reforçados em 1992 no Brasil com a Eco-92, tiveram seus frutos. A conscientização sobre o buraco na camada de ozônio, da preservação de nossas florestas, corais e biodiversidade se fez presente. Mas o tempo está correndo mais rápido contra todos nós.