Desde sempre, os esforços visando prolongar a vida útil das edificações passam por medidas de controle e prevenção das infiltrações. E a água é o maior inimigo das construções, seja em estado natural ou gasoso, ela penetra em estruturas desprotegidas até atingir as ferragens, causando oxidação das armações estruturais e comprometendo o desempenho de toda a edificação.
Não há como garantir que uma estrutura seja durável sem que haja estanqueidade. Por isso, se impermeabilizar já era uma etapa importante, e a entrada em vigor da NBR 15.575 - Norma de Desempenho para Edificações de até Cinco Pavimentos, tornou essa proteção indispensável. A norma exige a durabilidade dos sistemas construtivos, a garantia de conforto dos usuários e a facilidade de manutenção da edificação.
Negligenciar a impermeabilização tem como resultado a infiltração de água num primeiro instante, seguida de uma série de consequências patológicas sérias, como eflorescência, degradação do concreto e da argamassa, empolamento e bolhas em revestimentos, curtos-circuitos, além da já citada corrosão de armaduras. Tudo isso implica em altos custos de manutenção e recuperação.
Para se ter uma ideia, um plano de impermeabilização bem concebido e executado representa um investimento de, aproximadamente, 3% do valor da obra. Em compensação, caso a infiltração seja constatada quando já há um morador no imóvel, o prejuízo pode chegar a 10%, podendo ser ainda maior em função do padrão de acabamento interno e do desgaste do construtor com o cliente final.
Então, o que significa impermeabilizar? Impermeabilizar não é apenas aplicar produtos químicos. Para obter 100% de estanqueidade, é necessário um conjunto de soluções, compostas por projeto de impermeabilização bem compatibilizado; materiais impermeabilizantes de qualidade; mão de obra de aplicação capacitada; construção a ser impermeabilizada em condições adequadas; fiscalização; orientação aos usuários sobre a composição do projeto; memorial descritivo; plantas com detalhes específicos; especificação e localização dos materiais a serem utilizados; definição dos serviços a serem realizados; planilha quantitativa de serviços e materiais aplicados; e estimativa de custos dos serviços descritos.
Boas práticas
Entretanto, antes de receber a impermeabilização, as superfícies devem estar limpas, secas e isentas de poeira, graxas, óleos e sem qualquer irregularidade. Trincas e fissuras devem ser tratadas previamente, de forma compatível com o sistema de impermeabilização.
Além disso, é importante vedar o trânsito de pessoal, material e equipamentos estranhos ao processo de impermeabilização durante sua execução. Não se deve pisar sobre as camadas até a secagem completa dos materiais.
A durabilidade dos sistemas depende da qualidade da base de aplicação. Argamassas de regularização feitas com traço fraco ou com agregados que contenham materiais orgânicos, por exemplo, tendem a deteriorar-se, provocando vazamentos.
Lembre-se de que o sistema de impermeabilização tende a ser mais seguro e confortável na medida em que se dispõe de mão de obra especializada para projetá-la e executá-la.
Para saber mais sobre a importância da impermeabilização, acesse o site do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (www.ibibrasil.org.br)
*Orlando Pozzani Junior é Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho