O aumento do GLP, conhecido como gás de cozinha, anunciado pela Petrobras na última quinta-feira, juntamente com a alta da gasolina e do diesel, têm alterado a rotina de donas de casa e comércios, que precisam se adaptar ao impacto dos novos custos nas despesas mensais. O gás de cozinha teve um aumento de 16,1% no valor repassado às refinarias. 

A auxiliar administrativa Marlene Cesar, 51 anos, moradora da Vila Suíssa, em Mogi das Cruzes, considera o aumento um absurdo. "É um desrespeito com a população, principalmente com aqueles com menor renda”, disse. Ela relata que o preço do botijão de gás de 13 quilos, passou de R$ 107 para R$ 130, o que representa um aumento de 21,49%. 

A auxiliar também se preocupa com o impacto nas despesas familiares: “O nosso salário é fixo e não acompanha, o que dificulta um planejamento de acordo com a nossa renda”. O preço pago por Marlene no gás, R$ 130, representa aproximadamente 10% do salário mínimo atual, de R$ 1.212.

O entregador de gás Rafael dos Santos Darizi, de Poá, contou que em 16 anos no ramo nunca viu um aumento este. “Nós temos famílias, no país, que vivem com um salário mínimo, o aumento é exorbitante”, destacou. O entregador também considera que o aumento impactará em todas as áreas, não apenas a rotina familiar. “Quando se trata de aumento, vai interferir em todas as outras áreas, devido ao frete, como no preço dos alimentos”, exemplificou.

Marineide Maria da Silva, proprietária do restaurante Top Grill, no Jardim Santista, em Mogi, conta que compra gás mensalmente e que antes mesmo do aumento anunciado pela Petrobrás, o preço já havia sofrido alteração. Usuária do sistema de gás a granel, conhecido como Sistema Bobtail, ela relata que o preço do litro do gás aumentou 18,1%.

A empreendedora se preocupou em não alterar os preços, apesar do maior custo. “Estou tentando economizar em outros itens, mas acredito que vou ter que repassar.” Uma preocupação para manter o negócio é que o aumento “reduzirá a margem de lucro”.

Segundo ela, os aumentos não se limitam apenas ao gás, e outros itens como o óleo têm aumentado diariamente. Mas Marineide se mantém positiva. “Me sinto insegura, sim. Mas estou confiante que vamos conseguir, pois nós brasileiros somos bem voláteis”, concluiu.

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