Mogi - O médico oncologista especialista em tratamento de crianças e adolescentes do Centro de Oncologia de Mogi das Cruzes, Roberto Plaza, fará, nesta terça-feira, uma apresentação online para médicos e interessados em saber mais sobre o câncer infantil.
A transmissão será ao vivo pelo Facebook na página do Centro Oncológico de Mogi das Cruzes (www.fb.com/oncomogi) a partir das 19h30, com o intuito de explicar sobre o câncer infantil, sintomas e tratamentos. A transmissão faz parte dos trabalhos do Setembro Dourado, mês dedicado à conscientização ao tratamento e diagnóstico precoce do câncer infantil.
Em entrevista ao Grupo MogiNews, Plaza informou que a live tem como objetivo atacar algumas pré-concepções sobre o câncer infantil. "Muitos acham que se trata de uma predisposição genética, por conta da pouca idade e da falta de exposição a 'fatores', como acontecem com os adultos. Na verdade, apenas 4% dos casos de câncer infantil são causados por alguma predisposição hereditária", apontou.
Sobre os casos mais comuns, na faixa até os 19 anos, o médico que também atua no Instituto do Tratamento do Câncer Infantil do Hospital das Clínicas de São Paulo (ITACI-HCUSP) informou que 30% dos casos é de casos de leucemia aguda, que afetam a produção de sangue na medula óssea; De 20 a 22% dos casso são de tumores do sistema nervoso central, seguidos de 12 para casos no sistema linfático (linfomas), além de tumores embrionários localizados na região abdominal. "Existem outros tipos de tumores, como os neuroblastomas que afetam o cérebro, nefroblastomas nos rins e hepatoblastomas no fígado, bem como o retinoblastoma que afeta o fundo do olho, e que pode ser descoberto com uma fotografia com flash, que deixa uma mancha esbranquiçada nos olhos ao invés da mancha rosada", explicou.
O médico também pretende acabar com a pré-concepção de que o diagnóstico do câncer infantil é um caminho sem saída. "Não é uma sentença de morte. Quando diagnosticado precocemente, mais de 80% dos casos possuem cura, representando uma esperança de cura e de uma vida normal no futuro".
Entretanto, o médico destacou que o diagnóstico também pode ser difícil, e exige bastante atenção. "Sintomas como febre, dor de cabeça, mudança no comportamento podem parecer normais para a infância e juventude, mas podem representar casos de tumores ou leucemia. Os pais e os médicos devem estar atentos quando alguns destes sintomas não desaparecem depois de um certo período", alertou.
Mesmo com a suposta "agressividade" dos casos de câncer infantil, o médico reitera que o tratamento é mais eficiente na juventude. "A quimioterapia consegue combater melhor a agressividade do tumor quando são crianças. O mesmo tipo de tumor em um jovem e um adulto tem comportamento diferente - por exemplo, nos adultos a leucemia é muito mais complexa", concluiu.
