Considerada uma das maiores influências do teatro nacional, Clarice Jorge carrega a aura de ser um dos nomes mais importantes do Teatro Experimental Mogiano (TEM). Atualmente longe dos palcos, a aniversariante deste mês - ela acabou de completar 80 anos - conta em entrevista ao Grupo Mogi News as mudanças com relação às artes cênicas desde a época em que atuava e dirigia peças até os dias atuais.
Mogiana, Clarice Jorge nasceu em 8 de dezembro de 1936. Dona de uma personalidade forte, ela levou uma vida comum até ingressar no Instituto Dr. Washington Luís. Lá, ela participou de diversas atividades culturais do colégio, em conjunto com o Grêmio Estudantil "Ubaldo Pereira", que era responsável por várias apresentações musicais e teatrais na cidade. "A escola era, naquele tempo, a nossa casa", comentou Clarice.
Segundo a artista, um de seus primeiros espetáculos colegiais foi "Pluft, o Fantasminha", um texto infantil escrito por Maria Clara Machado, em 1955. "Foi a primeira vez que pisei em um palco. Queria motivar as crianças com aquela peça", disse.
Em 1965, em conjunto com outros 19 jovens do mesmo grêmio estudantil, criou o Teatro Experimental Mogiano (TEM). A principal meta como associação era promover a arte e a cultura na região e como grupo teatral a produção dramática.
O reconhecimento veio em 1967, quando Clarice ganhou destaque nacional ao ganhar o prêmio de melhor atriz, sendo que, no mesmo festival, Antônio Fagundes recebia o prêmio de melhor ator. Em seguida, os convites surgiram para Clarice trabalhar na capital, porém, ela não aceitou, e preferiu, segundo atriz, continuar a fazer o teatro amador. Elalembrou da época em que criou o Teatro da Medicina (Teme) da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). "Nós ensaiávamos na hora do almoço. Tínhamos um grupo dedicado", contou.
Em 1984, Clarice foi nomeada Diretora de Cultura de Mogi. Com isso, o município passou a ser o berço cultural da região. Desde então, acredita-se que os projetos sofreram influência dos programas implantados na sua gestão (de 1984 a 1988). Questionada sobre a importância dessa arte à sua vida, ela diz: "Pisar naqueles palcos, para mim, era algo sagrado". (Texto sob supervisão do editor)