O Meu Bom Dia Especial de Hoje vai para a querida Bárbara Estur de Souza Franco. Ela é uma garota linda que comemorou 13 anos no último domingo junto com a sua família, a mamãe Luana Regina do Carmo Estur e o papai Tiago Araujo de Souza Franco. A vovó Sonia Perereca fez questão de pedir para eu fazer uma homenagem especial para a Bárbara no "Radar Noticioso", da Rádio Metropolitana, e aqui na minha coluna. Bárbara, muitas realizações na sua vida e que Deus sempre abençoe a sua caminhada com saúde e sucesso. Parabéns!


Reconstruindo o mundo


O pai estava tentando ler o jornal, mas o filho pequeno não parava de perturbá-lo. Já cansado daquilo, arrancou uma folha – que mostrava o mapa do mundo –, cortou-a em vários pedaços e entregou-a ao filho.


– Pronto, aí tem algo para você fazer. Eu acabo de lhe dar um mapa do mundo e quero ver se você consegue montá-lo exatamente como ele é.


Voltou a ler seu jornal, sabendo que aquilo ia manter o menino ocupado pelo resto do dia. Quinze minutos depois, porém, o garoto voltou com o mapa.


– Sua mãe andou lhe ensinando geografia? – perguntou o pai, aturdido.


– Nem sei o que é isso, pai – respondeu o menino. – Acontece que do outro lado da folha tinha o retrato de um homem. E, uma vez que consegui reconstruir o homem, eu também reconstruí o mundo.



"Tente mover o mundo. O primeiro passo será mover a si mesmo." - Platão

E agora uma história especial para você: o garoto e a flor...


O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho. Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar. E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar.


Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria:


- Veja o que encontrei!


Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, amassadas.


Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei.


Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa: o cheiro é ótimo, e é bonita também, por isso a peguei, é para você.


A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.


Então me estendi para pegá-la e respondi: O que eu precisava.


Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.


Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.


- Por nada, ele sorriu.


E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei, e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho.


Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim eu.


E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu. E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.



"Se existe um entardecer que lhe traga a escuridão, lembre-se de que sempre haverá um amanhecer que lhe traga a luz!"