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Muitos se perguntam o que nos torna humanos? Uma resposta salta à vista, sem ser a única, mas sugerida pela pergunta: ser humano é fazer perguntas! Animais têm desejos, instintos e concepções. Toda classe de animais guarda em si uma ideia do mundo em que vive, mas só os humanos questionam o entorno. Sempre restará a recusa em ser definido pelo mundo. Em lugar disso: ousar definir nossa natureza por si mesmo.
A história intelectual da espécie é assim, em parte, definida pela tentativa: É se animal como os outros? Não se tem alma? Estamos relacionados, na ordem das coisas: anjos, demônios e deuses? Toda ciência, arte, religião e filosofia, digna do nome, começa com essa pergunta: Por quê resta tanta dúvida de que a vida humana não só é gratificante como é preocupante?
Nem todas as perguntas têm a mesma resposta. Técnica e ciência resolvem nossos problemas, bem como os criam! Na arte e na filosofia, a coisa não é tão simples assim. O evocativo monólogo de Hamlet começa com a frase: Ser ou não ser: eis a questão! Tudo gira em torno dessa questão. Seria melhor não existir? Existe alguma coisa na vida humana que faz valer a pena?
Quando, diante da extensão das intrigas e da traição humana, somos tocados de desprezo com a nossa espécie, existe algum truque de pensamento, percepção, argumento ou até apelo à autoridade superior, que irá restaurar a vontade de viver?
Quando encaro os grandes artistas do passado, muitas vezes me impressiono com a evolução em resposta à pergunta. Milton perguntou a si mesmo, como o mundo imperfeito poderia ser obra de um Deus sumamente bom? A resposta foi "Paradise Lost"! Bach se questionou porque variações e permutações formam o fluxo dos movimentos básicos da música? Sua resposta foi "A Arte da Fuga"! Rembrandt perguntou a si mesmo por quê a alma se revela pela carne e que luzes e texturas nossos corpos apresentam? A resposta foi a série de auto-retratos! É como se a própria obra respondesse à questão!
Nossa natureza como seres questionadores parece ter um custo enorme. Ao olharmos ao nosso redor, vemos uma massa de respostas prontas e muito poucas tentativas para definir questões que as justificam. Dever-se-ía refugar o hábito de fazer perguntas? Acho que não. Ao deixar de fazer perguntas seria como abdicar de sermos humanos!
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