Dois contatos repentinos mexeram bastante com a vida de Hyoran. Um deles veio do pai, de madrugada, para acordar o filho e avisá-lo que o avião do time em que ele jogava, a Chapecoense, havia sofrido um acidente. A outra chamada inesperada veio no último domingo, quando o meia foi acionado pelo técnico Cuca para entrar em campo contra o São Paulo. Ele entrou e marcou o primeiro gol pelo novo clube, o Palmeiras, e fechou a vitória por 4 a 2.
"Eu fiquei surpreso quando o Cuca me chamou. Achei que ele queria colocar o Róger Guedes porque o jogo estava difícil. Quando vi que era comigo, foi um susto. Saí correndo logo", disse o jogador. Pelo Palmeiras, o meia de 24 anos tem somente cinco atuações, nenhuma como titular. O tempo em campo ainda não soma 90 minutos.
A notícia ruim com o acidente e a surpresa positiva com o chamado de Cuca no clássico estão intimamente ligados. O abalo psicológico com a tragédia do ex-clube o atrapalhou na chegada ao Palmeiras, em janeiro. "Quando estou de férias, geralmente continuo a treinar para voltar bem na pré-temporada, mas acabei não conseguindo fazer isso, por conta de tudo o que aconteceu", admitiu.
Hyoran só não estava no avião porque no ano passado teve uma sequência de lesões. Uma cirurgia no ombro e um problema no joelho o tiraram da fatídica viagem à Colômbia. Mesmo machucado, o jogador insistiu para ir com o grupo. Para sua sorte, o médico da Chapecoense pediu a ele para ficar e intensificar o tratamento. (EC)