A Família Durães estará representada em peso no Campeonato Brasileiro em Cuiabá, no Mato Grosso do Sul, que começa hoje. Elisângela e Laion Durães, treinados pelo marido e pai, Jackson Durães, chegam na competição em busca de medalhas.
Laion vai defender o Estado de São Paulo, na categoria Cadete 52 kg (Cadete). Será a primeira vez que disputará uma edição de Campeonato Brasileiro. Já Elisângela, participará na categoria Adulto 54 kg, defendendo o Paraná.
A equipe conseguiu verba para a viagem graças aos patrocinadores Oficina Bettone e Auto Peças, Mercado Real, TR Segurança Monitoramento, Pizzaria e Esfiharia Esperança, JC Reparo Automotivos, 1ª Cia do 17º Batalhão da Polícia Militar.
A Família Durães poderia ter mais uma representante no Campeonato Brasileiro, não fosse uma confusão causada pela Confederação Brasileira de Boxe (CBBOXE), que impediu, de última hora, que a filha de Elisângela, Jaqueline Durães, disputasse a competição. Jaqueline iria representar Minas Gerais na categoria adulto 57 kg.
A pugilista ainda disputa no Juvenil, mas segundo Jackson Durães, a CBBOXE havia liberado as meninas dessa categoria para lutar contra os adultos, mas voltou atrás na decisão. "Conseguimos patrocinadores que compraram a passagem da Jaqueline, mas ficamos sabendo agora que a Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador) não autorizou a participação dela no Brasileiro", lamentou Jackson.
Este fato causou polêmica no meio do boxe, já que muitas atletas da categoria Juvenil já estão com a passagem comprada. "A CBBOXE publicou o regulamento liberando a participação das atletas da categoria Juvenil, mas em contato com o Mauro (Silva, presidente da CBBOXE), ele voltou atrás e disse que sem a autorização da Aiba, as atletas ficam impedidas de lutar", explicou Durães, que vê uma diferença feita pela CBBOXE com a classe feminina em relação à masculina.
"Não entendo porque a CBBOXE faz essa diferença entre homens e mulheres. Ela se recusa a realizar um Campeonato Brasileiro Juvenil Feminino e, sinceramente, vejo isso como um certo preconceito. A classe masculina disputa Campeonato Brasileiro Cadete e Juvenil, e o mesmo não acontece com a categoria feminina. Estamos em ano olímpico e o certo seria incentivar competições de homens e mulheres", argumentou.
Resposta
A reportagem entrou em contato com a CBBOXE e tentou falar com o presidente da entidade, mas segundo a secretaria da confederação, ele está em viagem, na Venezuela.
Quem falou com a reportagem foi o coordenador técnico da entidade, Otilio Olive que, quando questionado do por quê não há realização de mais campeonatos femininos, principalmente se tratando de um ano olímpico, preferiu não responder e nem atender mais as ligações.
A Família Durães participou do torneio de boxe em comemoração dos 405 anos do Itaim, em São Paulo, no sábado passado.
Elisângela enfrentou Carla Otaviano, do Centro Olímpico, e venceu por 3 a 0; mesmo resultado de Jaqueline, que encarou Kely Silva, do Centro Olímpico. Laion venceu Gustavo Acassio, também por 3 a 0.