A opacificação do cristalino, popularmente conhecida como catarata, é uma das doenças mais comuns e com registros históricos mais antigos. O cristalino é uma lente natural existente dentro dos olhos, que, no processo de envelhecimento, forma uma fibrose, dificultando a visão. A catarata é o desenvolvimento dessa fibrose que opacifica o cristalino. Normalmente, a doença começa a se manifestar em torno dos 50 anos de idade.
Todos, ao envelhecer, sofrerão de catarata e, ainda, alguns poderão apresenta-la desde o nascimento ou durante a infância, apesar de menos comum. Por isso, é necessário ficar atento aos sinais de perda de qualidade visual e consultar-se com um oftalmologista desde os primeiros meses de vida. "Muitos pacientes apresentam queixas para dirigir à noite, dificuldades de leitura, entre outros. No entanto, só um especialista poderá diagnosticar a presença de catarata" explica o oftalmologista Dr. Álvaro Dantas, diretor do Instituto de Cirurgia Ocular do Nordeste (ICONE). De acordo com ele, a única opção de tratamento para catarata é a cirurgia. Por esse motivo, é um dos procedimentos médicos mais realizados no mundo. Só no Brasil, já são mais de 600 mil cirurgias por ano e, conforme aumenta a expectativa de vida, esse número cresce. Com o aprimoramento dos métodos de cirurgia para catarata ao longo dos séculos, hoje é um procedimento bastante seguro e de rápida recuperação, sendo possível notar uma visão mais nítida já nas primeiras horas pós-cirurgia. O ideal é que a catarata seja tratada logo no começo, embora não haja limite de idade para a realização do procedimento cirúrgico. "Em sociedades desenvolvidas, costuma-se tratar logo no início ou em estado moderado. Quanto mais avançada a idade do paciente, maiores serão os riscos de complicações" esclarece Dantas. Para tanto, antes da realização da cirurgia, uma série de exames é feita e doenças que poderiam atrapalhar no sucesso do procedimento, como hipertensão e diabetes, são controladas. Além de todas essas ações prévias para que o paciente tenha o menor risco possível durante a cirurgia, atualmente podemos contar com equipamentos de tecnologia avançada que permitem um processo menos invasivo. A técnica mais moderna utilizada nas cirurgias de catarata é a de Facoemulsificação. Esta técnica, por meio de uma vibração, fragmenta o cristalino e o aspira através de um pequeno corte com menos de três milímetros - menor do que a incisão realizada em técnicas anteriores. E é por esse minúsculo corte que uma lente intraocular é inserida no lugar do cristalino removido.