O abastecimento de água em Mogi das Cruzes está em estado de atenção por causa da estiagem que atinge a Região Metropolitana. Segundo o diretor-geral do Serviço Municipal de Águas e Esgostos (Semae), José Luiz Furtado, a cidade monitora diariamente o nível do Rio Tietê e acompanha os dados das represas do Sistema Produtor Alto Tietê (SPAT), que opera atualmente com os menores volumes dos últimos anos, abaixo de 20%.
Segundo Furtado, Mogi tem uma situação distinta das demais do Alto Tietê por captar água diretamente do Rio Tietê. Ele cita que o SPAT operava com 22% na última quinta-feira (6), contra 39,9% no mesmo período do ano passado, uma queda de cerca de 17 pontos percentuais. “A situação é alarmante, mas sob controle”, afirmou. O diretor recorda que, em 2014, o sistema chegou a 8,6% de armazenamento e foram fortalecidos os protocolos de contingência.
Ele destacou que as chuvas dos últimos dias ajudaram, mas não foram suficientes para melhorar o cenário atual. Assim como nas represas, o nível do Tietê está baixo: “Estava em 19% e agora está em 22%. No mesmo período do ano passado a gente estava com 39,9%”, afirmou.
A estrutura de abastecimento de Mogi é dividida, segundo Furtado, a partir da captação no Tietê, a água tratada na Estação de Tratamento de Água de Cezar de Souza abastece a região Leste, enquanto a região Oeste recebe água adquirida da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). “O preço final é o mesmo, não tem diferença”, afirmou. O diretor disse ainda que a cidade possui sistemas isolados, como no Boa Vista e bairros de divisa.
Em Mogi, Furtado afirmou que, além do que é feito regularmente, não foi iniciado nenhum processo de redução de pressão, como vem sendo feito pela Sabesp, Segundo ele, a operação da rede é acompanhada pela central de controle da autarquia e a cidade permanece em estado de atenção. “Mogi, por enquanto, a nossa situação é de alerta, mas ainda não estamos adotando nenhuma medida drástica ou de rodízio. Hoje realmente pedimos para as pessoas economizarem água”, disse.
Estado
Diante da situação das represas, em setembro, o Conselho Diretor da SP Águas, Agência de Águas do Estado de São Paulo, declarou situação de escassez hídrica na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e na porção paulista da Bacia do Rio Piracicaba, cuja cabeceira integra o Sistema Cantareira, maior sistema produtor do Estado. Na Região Metropolitana, em cumprimento à deliberação da Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arsesp), a Sabesp ampliou em duas horas o tempo da redução da pressão noturna, passando de 8 horas para 10 horas por dia.
Economia
O diretor geral do Semae reforça as orientações permanentes para redução de consumo, que também estão sendo divulgadas pelos canais da autarquia, com foco especialmente no verão, quando o consumo é maior. Entre elas estão tomar banhos de até cinco minutos e fechar o chuveiro ao se ensaboar; fechar a torneira ao escovar os dentes ou lavar a louça; usar a máquina de lavar apenas com carga completa; evitar o uso de mangueiras para lavar carros, calçadas e quintais, preferindo balde e vassoura; usar regador para regar plantas; reaproveitar a água da máquina de lavar para limpeza de áreas externas; não usar o vaso sanitário como lixeira; e instalar caixa-d’água com capacidade de cerca de 200 litros por morador.
Ele ainda orienta que vazamentos sejam comunicados imediatamente pelo telefone 115 ou presencialmente nos postos de atendimento.
SPAT
O SPAT operava na última quinta-feira (6) com 22% da capacidade, segundo a Sabesp. O volume havia chegado a 21,9% no dia 29 de setembro, e subiu levemente nos últimos dias. Em outubro, volume era de 22,3% — contra 41% no mesmo mês do ano anterior.
Entre as represas, Paraitinga, em Salesópolis, estava na quinta com 19,5%; Ponte Nova, entre Salesópolis e Biritiba Mirim, com 23,7%; Biritiba, em Biritiba Mirim, com 25,7%; Jundiaí, em Mogi das Cruzes, com 13%; e Taiaçupeba, entre Mogi e Suzano, com 23,1%. Em outubro deste ano, choveu 92,7 milímetros — contra 74,4 milímetros no mesmo mês de 2024.