A pedido do suzanense Walmir Pinto, ex Secretário da Cultura de Suzano, fiz uma proposta que acredito poder transformar o cenário cultural da cidade de Suzano: a realização de um Concurso de Projetos para a criação de instalações artísticas no Parque Municipal Max Feffer. 

Essa ideia nasce do exercício diário que tenho como arquiteto e urbanista e do desejo de tornar Suzano referência quando se fala em integração entre arte, cultura, desenvolvimento urbano e inclusão. Vejo no incentivo à produção artística local um caminho para exaltar a identidade de Suzano e conectar gerações por meio de criações que traduzam nossa história, diversidade e potencial.

A concepção do concurso surgiu a partir de inúmeras conversas com colegas do Colégio de Arquitetos de Suzano e de uma observação cuidadosa do impacto que o Parque Max Feffer tem na vida cotidiana da nossa população. 

O parque, com suas diversas atrações como a Arena Suzano, o Suzano Skate Park e o Pavilhão da Cultura Afro-Brasileira Zumbi dos Palmares, se tornou não apenas um centro de lazer, mas também um símbolo de convivência e pluralidade. Os números falam por si: apenas no último ano, o parque atingiu a marca de mais de 700 mil visitantes, reforçando a importância de valorizar esse espaço com iniciativas que conectem ainda mais as pessoas com sua cidade.

Minha proposta tem três objetivos centrais que dialogam entre si: valorizar os talentos locais, engajar a indústria e o comércio, e dinamizar o turismo criativo em Suzano. Quero que artistas, arquitetos e coletivos culturais possam expressar nos espaços do Max Feffer o que de melhor nossa cidade tem a oferecer, valorizando a memória das diferentes comunidades que aqui se estabeleceram, como a influência japonesa que se faz presente em festas tradicionais, e ao mesmo tempo convidando empresas locais a participarem ativamente do projeto, seja por meio de patrocínios ou apoio logístico. 

O concurso representará uma grande oportunidade de cooperação, aproximando entidades como a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Suzano, a Associação Comercial, a FIESP e, principalmente, a Secretaria de Cultura, que será fundamental para a coordenação dos trabalhos.

O roteiro que proponho para a execução do projeto é transparente e coletivo. Tudo começará com a formação de um comitê gestor, capaz de organizar o regulamento e captar recursos junto às principais indústrias e ao comércio do município. O concurso será então amplamente divulgado, permitindo que todos os interessados possam apresentar suas propostas. Após a fase de inscrições, os projetos serão analisados sob critérios técnicos, artísticos e de viabilidade, com o apoio de especialistas, entidades de classe e representantes dos setores envolvidos. 

Aqueles selecionados passarão por adequações, aprovações, licenciamento e, em seguida, iniciam-se as etapas de construção e acompanhamento técnico até a inauguração. A expectativa é que todo o ciclo, desde o planejamento até a entrega, leve doze meses, tempo suficiente para garantir qualidade e participação efetiva de todos.

Acredito que essa proposta tem potencial para transformar a Praça das Artes do Parque Max Feffer em um novo cartão-postal de Suzano, capaz de atrair olhares de outras cidades e regiões, movimentar a economia criativa e inspirar nossa juventude a ocupar e cuidar de seus espaços públicos. 

Ao fomentar essas parcerias duradouras entre artistas, empresários e poder público, projetamos um modelo de mobilização cidadã que poderá ser replicado em outras iniciativas, dando continuidade ao compromisso que temos com o desenvolvimento sustentável de Suzano. Essa ação coletiva reforça o valor da arte como expressão suprema de uma sociedade plural e preparada para o futuro.

Resumidamente, o concurso dará origem a projetos que transformarão o Parque Max Feffer em uma espécie de “Inhotim suzanense”, adaptando o conceito de arte integrada à paisagem em uma escala própria da nossa cidade. Todas as instalações serão viabilizadas por meio de parcerias e financiamentos das empresas locais, sem necessidade de recursos públicos. O Colégio de Arquitetos apoia plenamente essa proposta inovadora, certo de que ela fortalecerá tanto o patrimônio cultural quanto o vínculo entre a comunidade e seu espaço urbano.