Baseado na união de forças, talentos e propósito, o cooperativismo é um dos motores do desenvolvimento regional. No Dia Internacional do Cooperativismo, celebrado no último sábado, dia 5 de julho, o Sebrae-SP Alto Tietê reforçou a importância do sistema para a economia, a geração de empregos e a abertura de novos mercados. O escritório regional conta com diversos programas e iniciativas voltados à formalização e inovação de cooperativas em diferentes áreas, com foco no crescimento dos pequenos negócios.
Instituída em 1923 pelo Congresso da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), a data celebra a relevância do movimento, que tem papel fundamental no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente nas metas de erradicação da pobreza, trabalho decente e crescimento econômico, além da redução das desigualdades.
"A essência do cooperativismo é a soma de forças para atingir um objetivo comum. Essa ideia está fortemente alinhada ao propósito do Sebrae-SP, que é fortalecer os pequenos negócios por meio da inovação e da capacitação qualificada. Em nossa região, diversas cooperativas são atendidas com projetos que otimizam processos e profissionalizam a gestão dos negócios", destaca a gerente regional do Sebrae-SP, Gilvanda Figueirôa.
Líder nacional na destinação de resíduos para reciclagem, o estado de São Paulo abriga mais de 500 organizações de catadores, reunindo cerca de 13,5 mil profissionais, segundo o Anuário da Reciclagem, divulgado pelo Instituto Pragma.
"No Alto Tietê, temos uma atuação consolidada com cooperativas de reciclagem, nas quais promovemos a capacitação de líderes e cooperados para fortalecer a gestão coletiva, além de apresentar tecnologias e ferramentas que contribuem para o aprimoramento dos negócios e para a geração de novas oportunidades de acesso ao mercado", ressalta a analista de negócios do Sebrae-SP, Roseli Lima Bezerra.
A presidente da Cooperativa dos Recicladores da Estância Turística de Salesópolis (Cooperares), Janayna de Souza Silva, destaca que o trabalho desenvolvido gera renda e relevância para a região. "A cooperativa foi formalizada em 2018, mas a atividade começou em 2005, como uma associação. Hoje contamos com 19 cooperados, e um dos principais desafios ainda é a conscientização ambiental: que as pessoas entendam a importância da separação dos resíduos. O custo de manutenção da cooperativa é alto, e o valor do reciclável, muito baixo. Precisamos de quantidade e qualidade dos materiais. Além de gerar renda para as famílias cooperadas, reduzimos os impactos ambientais, diminuindo o uso do aterro sanitário e os custos com sua destinação", pontua.
Segundo Janayna, o Sebrae-SP é um parceiro essencial no crescimento da cooperativa. "O apoio é muito significativo, pois precisamos constantemente nos modernizar e transformar para alcançar melhores resultados. O Sebrae-SP promove diversas capacitações, incluindo gestão. O aprendizado precisa ser contínuo para buscarmos a excelência e o sucesso", afirma.
Agricultura
A agricultura também é uma área estratégica no Alto Tietê. O setor responde por cerca de R$ 1 bilhão em faturamento bruto na região, segundo dados do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê e Região (Condemat+). As cooperativas agrícolas recebem apoio do Sebrae-SP por meio de cursos, capacitações e eventos realizados em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e outros parceiros, além da promoção de missões técnicas a feiras especializadas.
O passo mais recente do Sebrae-SP na região foi o apoio ao processo de reconhecimento da Agricultura Familiar do Alto Tietê como Cadeia Produtiva Local (CPL), iniciativa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico que visa impulsionar o desenvolvimento regional.
"A agricultura familiar enfrenta muitos desafios. Quando existe uma cooperativa, não representamos apenas os agricultores associados, mas todo o setor, o que fortalece a negociação e o acesso ao mercado. Atualmente, juntos, contamos com 100 alqueires de área produtiva, um número expressivo. A COOPROAT (Cooperativa dos Produtores Rurais do Alto Tietê) está prestes a completar quatro anos e o Sebrae-SP foi quem plantou a semente para o nosso surgimento", conta o presidente da COOPROAT, Fernando Sussumu Kamiya.
O agricultor chama atenção para a relevância da produção das pequenas propriedades. "Cerca de 70% a 80% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros vêm da agricultura familiar. O Sebrae-SP tem nos apoiado muito, desde ajuda para a criação da marca e das embalagens até a oferta de diversos cursos. Além disso, abre espaço em eventos onde podemos apresentar e vender nossos produtos", conclui.