Durante os 11 dias da Festa do Divino Espírito Santo, Mogi das Cruzes foi tomada por bandeiras vermelhas, músicas típicas e a movimentada quermesse. A programação religiosa e festiva foi intensa. O Dia de Pentecostes, celebrado no último domingo (8), marcou o ponto alto da festividade. A procissão reuniu cerca de 10 mil pessoas, que acompanharam com emoção o cortejo formado por aproximadamente mil integrantes.
No último dia da Festa do Divino, logo ao amanhecer, a cidade foi despertada pela Alvorada, às 5 horas, que deu início às celebrações do dia. Os devotos participaram da alvorada que inclui a bênção do fogo, dada na Igreja do Carmo.
O andor do Divino, confeccionado há 40 anos pelo decorador Sérgio Vicco, de 89 anos, e equipe, e o tradicional tapete ornamental coloriram as ruas. Logo em seguida, a solenidade de Pentecostes foi celebrada pelo bispo diocesano, Dom Pedro Luiz Stringhini, na Catedral de Sant´Ana.
Após a missa, a tradicional incineração dos pedidos, que são entregues às rezadeiras, foi realizada, simbolizando a entrega das intenções ao Espírito Santo. O encerramento do Império marcou oficialmente o fim das celebrações religiosas da festa. À noite, a Quermesse foi encerrada com grande sucesso, reunindo famílias e devotos em clima de confraternização, até às 23 horas.
Em 2026
O evento, que movimentou a cidade por 11 dias, com alvoradas, missas, cortejos, quermesse e apresentações culturais, se consolidou mais uma vez. Os novos festeiros e capitães de mastro de 2026 serão anunciados pelo bispo no próximo dia de Corpus Christi, em 19 de junho. A próxima edição da festa já tem data marcada: acontecerá de 14 a 24 de maio de 2026.
Fé e espiritualidade
Com 13 anos de participação ininterrupta na tradicional festividade, Dom Pedro Luiz Stringhini tem testemunhado não apenas a continuidade de uma das mais importantes manifestações religiosas do Alto Tietê, mas também o crescimento e a renovação espiritual que ela proporciona ano após ano. Ele acompanhou de perto cada momento, desde o início da festividade, em 29 de maio, até o último domingo (8), quando a ela foi encerrada, reunindo centenas de fiéis, moradores e visitantes em uma celebração marcada pela fé e devoção que já perdura por 412 anos.
"Tem muita coisa parecida, mas tem muita coisa que é sempre novidade", afirma o bispo, que acompanha a festividade desde sua chegada à Diocese de Mogi, em 2012. Para ele, o que mais impressiona é o envolvimento crescente da população e a profundidade da fé demonstrada por todos os participantes. “Parece que a cada ano vai aumentando o número de participação, mas a força espiritual — acho que é isso que enche os olhos. Por isso, só temos a agradecer a Deus e continuar essa tradição”, declarou.
O religioso observou, ainda, que este ano, a festividade ganhou um ingrediente especial, pelo fato da Festa do Divino de Mogi estar em processo de ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). “Contamos com a presença de especialistas, que foram contratados, para elaborar o dossiê técnico que será enviado ao Iphan”.
O reconhecimento, no entanto, não é apenas uma formalidade, é também um reflexo da fé viva do povo mogiano. “O que é muito bonito é essa fé do povo. O povo fica feliz em fazer sacrifício. Quem vem nas nove alvoradas sabe o esforço que é, mas essa bênção que Deus traz e a luz do Espírito Santo compensam todo o esforço que todos fazem”, destacou Dom Pedro.