Celebrado hoje, 15 de maio, o Dia do Assistente Social traz visibilidade ao trabalho dos profissionais que atuam na linha de frente da garantia de direitos. Assistente social de formação, Gabriel Rocha, atual secretário de Assistência Social de Itaquaquecetuba, destaca a importância de valorizar a categoria e compartilha os principais desafios da área, que refletem, segundo ele, uma realidade comum a boa parte das cidades do Estado.

“O assistente social é um profissional que contribui para uma sociedade mais justa e igualitária. Está nos serviços, nas ruas, ouvindo as pessoas, encaminhando, acolhendo. A maior parte do tempo estamos atendendo à população, mas nem sempre isso é visível”, afirma o secretário.

Gabriel é graduado em Serviço Social e tem pós-graduação em Saúde Pública. Na função, contribuiu ativamente com atendimentos direcionados à área social e prestou suporte na organização de eventos do Fundo Social de Solidariedade. Antes disso, também somou experiências na coordenação do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Jardim Itaquá e do CREAS da cidade.

Para o secretário, a data comemorativa ajuda a reconhecer a atuação cotidiana desses profissionais, que muitas vezes permanecem nos bastidores dos atendimentos. “Temos hoje políticas robustas, que alcançam muitas pessoas, mas nem sempre quem é atendido sabe quem está por trás”, completa.

Entre os principais desafios da profissão, Rocha destaca o aumento da população em situação de rua, a necessidade de ampliar os serviços de acolhimento e a complexidade dos atendimentos. “É um problema crescente em várias cidades do Estado. Em Itaquá, já ampliamos o atendimento e implantamos o acolhimento, mas também estamos estruturando uma casa de passagem para pessoas que não desejam acolhimento prolongado, apenas passar a noite”, explica.

O secretário ressalta que o trabalho do assistente social vai além da escuta inicial e do encaminhamento imediato. “Existe um esforço de convencimento, de mostrar que a rua não é lugar de moradia. E isso só é possível com vínculo, com escuta, com respeito”, afirma. Para ele, a atuação da categoria é fundamental para oferecer alternativas reais de superação da vulnerabilidade social.

Estrutura

Atualmente, cerca de 20 assistentes sociais atuam nas políticas públicas de assistência em Itaquaquecetuba, entre servidores efetivos e contratados por meio de parcerias. Profissionais da área também integram outras frentes de atendimento, como equipes de saúde, unidades de urgência e serviços de saúde mental.

Nos últimos anos, o município registrou avanços importantes na rede de acolhimento. Um dos principais é o Serviço de Acolhimento para Adultos e Famílias, inaugurado no final de abril de 2024. Segundo a Prefeitura, o espaço já atendeu 253 pessoas em situação de vulnerabilidade. Localizado na Rua Araguari, 74 – Vila Virgínia, o equipamento oferece acolhimento provisório com estrutura residencial, cinco dormitórios com capacidade para 50 camas, cinco banheiros, sala de atendimento psicológico, refeitório, cozinha, área de convivência e até um canil para os animais de estimação dos acolhidos.

O serviço tem como objetivo garantir proteção integral, restaurar vínculos familiares e comunitários e promover autonomia. Além da estadia, oferece alimentação, cuidados básicos de saúde e atendimento psicossocial, respeitando os princípios de dignidade e reintegração social, conforme informou a Prefeitura.

Outro equipamento voltado ao atendimento da população em situação de rua é o Centro Pop, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A unidade oferece café da manhã, almoço, água, acesso à higiene pessoal, atendimento psicossocial e encaminhamentos para a rede de saúde e assistência.

Durante o inverno, o município ativa a Operação Noites Frias, mobilizando equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) para oferecer acolhimento emergencial sempre que a previsão indicar temperaturas abaixo de 14°C.

A rede de proteção social do município conta ainda com cinco unidades do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), um Centro de Referência Especializado (CREAS), o Centro de Convivência da Melhor Idade (CCMII) e o Centro de Convivência de Jovens, que atende adolescentes encaminhados pela Justiça. Em dezembro de 2023, foi reinaugurado o CRAS Morro Branco, o primeiro do país a contar com um espaço voltado à primeira infância, integrado ao programa Criança Feliz, do Governo Federal.