Uma roda de conversa sobre a prevenção de doenças cardiovasculares marcou o lançamento, na manhã desta quinta-feira (31/10), do projeto Coração Feminino. A iniciativa é do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê e Região (Condemat+) em parceria com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). O evento aconteceu no Polo de Inovações e Projeto Avançados (Pipa Hub), na região central de Mogi das Cruzes.
O projeto Coração Feminino prevê intercâmbios no território do Condemat+, compartilhamento de experiências e, principalmente, ações de conscientização. A iniciativa busca ainda apoio no setor público para avançar na oferta de serviços e estruturar amplamente o atendimento na área da saúde.
No evento, estiveram presentes a presidente da Socesp, Dra. Maria Cristina Izar; a coordenadora do projeto Socesp Mulher, Dra. Maria Teresa Nogueira Bombig; e a Dra. Ieda Jatene e a Dra. Carla Lantieri, integrantes do Socesp Mulher, além da coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do Condemat+, Adriana Martins, que mediou a roda de conversa. Médicos da região, representantes de Secretarias de Saúde e os prefeitos de Santa Isabel, Dr. Carlos Chincilla, e de Salesópolis, Vanderlon Gomes, que é presidente do Condemat+, também marcaram presença no encontro.
Durante a roda de conversas, as médicas destacaram pontos importantes para conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares, como o infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a Síndrome do Coração Partido. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), nós últimos anos, essas doenças ultrapassam o câncer de mama como causa de mortes de mulheres no Brasil.
“É alarmante o número de casos de doenças cardiovasculares, que é a principal causa de mortalidade nas mulheres. Diagnosticar, identificar os sinais e sintomas é muito importante. Mas, mais importante ainda é falar de prevenção. Precisamos falar sobre os fatores de risco que vão levar a doença cardiovascular”, comentou a Dra. Maria Teresa.
Já a Dra. Maria Cristina ressaltou a importância da atenção aos sintomas. “São sintomas mais inespecíficos e que podem ser confundidos com outras doenças. É comum dor ou desconforto no peito, náuseas, fadiga, cansaço, falta de ar, dor nas costas. Por isso há esse retardo no diagnóstico, porque esses sintomas são subvalorizados”, destacou.
A Dra. Ieda por sua vez falou sobre os fatores de risco sub-reconhecidos: “Nós temos as desvantagens socioeconômicas, as adversidades na infância, a violência doméstica. Especificamente na população que tem uma menor condição de acesso na educação e a serviços de saúde, esses aspectos favorecem o aparecimento das chamadas doenças cardiovasculares desencadeada pelo estresse”, destacou.
“Um aspecto importante é a parte governamental, você dar acolhimento. A mulher saber que pode procurar ajuda e que ela vai receber ajuda. E que seja dentro de uma visão de prevenção e saúde em prol da doença cardiovascular. A parte governamental traz para nós a possibilidade de novas politicas públicas, de novas implementações de protocolos de atendimento e cuidado”, afirmou a Dra. Carla.
A coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do Condemat+ destacou a importância do projeto. “Temos que ampliar a nossa luta, para que a mulher possa ser vista”, finalizou Adriana.
*Texto supervisionado pelo editor.