Integrantes da Comissão Especial de Vereadores (CEV) da Notredame, da Câmara de Mogi das Cruzes, visitaram na tarde desta quinta-feira, 28, as instalações do Hospital Santana e da Clínica de TEA (Transtorno do Espectro Autista) da Hapvida Notredame Intermédica. Participaram da visita o presidente da CEV, Iduigues Martins (PT), e o relator, Mauro Yokoyama (PL), além do presidente da Casa de Leis, Francimário Vieira (PL), o Farofa. Os parlamentares foram recebidos por Andreza Meneghel, gerente de autismo no Alto Tietê e São Paulo, Márcia Ribeiro, diretoria Nacional de Terapias da Hapvida Notredame Intermédica, Renata Vieira, gerente de pós-vendas, entre outros integrantes da equipe.
"Existem contratos da operadora com a Prefeitura e com a Câmara. Ou seja, são serviços submetidos legalmente à nossa fiscalização. Os funcionários do Legislativo reclamam de diversos tipos de problemas. Precisamos de um canal mais ágil para que o mau atendimento não se repita".
Renata Vieira, gerente de pós-vendas, disse que há diversas benfeitorias em andamento. "Estamos fazendo um trabalho intenso de melhorias na Região, algo que inclui a migração de sistemas e o aprimoramento de processos. No entanto, demora para que esses investimentos sejam percebidos lá na ponta. Todo lugar tem problemas, mas estamos empenhados em aprimorar o atendimento. Precisamos entender quais são as reclamações e estudar se são pontuais ou recorrentes para que possamos intervir e corrigir".
Farofa disse que a Câmara enviará periodicamente pareceres com as principais insatisfações dos servidores do Legislativo. "Vamos providenciar relatórios mensais com esses dados para que o diálogo seja sempre próximo".
Hospital Santana
Farofa questionou a capacidade do Hospital Santana em atender a todo o portfólio de clientes da operadora da Região. "Hoje, pelo que recebo de reclamações, a estrutura do Hospital Santana não comporta a demanda de pacientes do Alto Tietê. As pessoas reclamam que os médicos do plano não dão a devida atenção. Isso aconteceu com minha esposa, e acabei cancelando o plano".
Renata Vieira, gerente de pós-vendas, disse que funcionários da Notredame ficam à disposição dos servidores da Prefeitura e da Câmara na sede do Executivo, no Centro Cívico. "Colocamos profissionais para fazer plantão. Há duas pessoas da Notredame que ficam lá na Prefeitura e atendem também a Câmara. No entanto, não há muita adesão".
Tatiana Leone Cury Morroni, gerente médica do Hospital Santana, explicou por que o sistema de triagem do pronto-socorro deixou de ser feito na recepção. "Tiramos a função de triagem dos enfermeiros e a colocamos dentro do consultório médico. Setenta e dois por cento dos nossos pacientes são atendidos em até 15 minutos. Se for necessário, o paciente será classificado pelo médico e levado para a emergência. Adequamos a escala médica, com sete médicos atendendo em porta, o que pode ser ampliado, como em dias que seguem feriados, quando a demanda costuma aumentar".
Tatiana também falou da implementação de controle de acesso na entrada da UTI, que aconteceu depois de reclamações apresentadas em reunião da CEV em julho deste ano. "Colocamos sistema de botão com biometria para controlar a entrada dos profissionais do Hospital, como médicos, enfermeiros e pessoas do administrativo, na entrada da UTI. Isso aconteceu há cerca de cinco meses. Já o familiar, agora, precisa se identificar pelo interfone antes de entrar na área".
Clínica de TEA
A Hapvida Notredame Intermédica foi alvo de queixas de mães e responsáveis por crianças autistas devido ao descredenciamento de clínicas parceiras. Segundo a empresa, isso aconteceu devido à abertura de duas clínicas próprias de TEA, sendo uma na Rua Santana e outra na Rua Professor Flaviano de Melo, ambas no Centro, que já estão funcionando.
Nesta tarde, os vereadores da CEV conheceram a unidade da Rua Santana, onde 200 crianças são atendidas por semana. No local, há psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros profissionais. Márcia Ribeiro, diretoria Nacional de Terapias da Hap Vida Notredame Intermédica, disse que hoje não há demanda reprimida para pacientes com TEA em Mogi. "Cada criança autista tem suas necessidades. Criamos um núcleo de atendimento exclusivo para TEA, que atende 25 mil crianças em todo território nacional. Não há fila de espera. Cada criança tem um portfólio específico de terapias, isto é, um plano terapêutico individual, que é construído junto com a família".
Relatório final
Presidente da CEV, o vereador Iduigues disse que o relatório final do colegiado será apresentado no dia 10 de dezembro. "Vamos aguardar respostas por escrito sobre reclamações dos usuários. São queixas como demora na marcação de consultas, dificuldade para se comunicar com o serviço de atendimento ao cliente, lentidão para liberação e extravio de exames, falta de humanização no atendimento, precariedade na triagem do Hospital Santana, falta de controle de acesso em sua UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e barreiras enfrentadas por idosos no uso do aplicativo".
Iduigues disse ainda que o relatório final será propositivo. "Nosso relatório vai apresentar sugestões de melhorias e soluções. O trabalho da Comissão é bem mais amplo do que somente identificar falhas e desvios".