Professores e funcionários de Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs) e das Escolas Técnica Estadual (Etecs) de São Paulo promovem nesta sexta-feira (18) um novo ato em São Paulo, semelhante ao que deu início ao movimento de paralisação no dia 8 de agosto. Segundo membros do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), na reunião realizada na ocasião com a Laura Laganá, superintendente do Centro Paula Souza (CPS), responsável pelas unidades de ensino, ela se comprometeu a apresentar diretrizes do novo plano de carreira em um prazo de dez dias. O CPS confirmou que as diretrizes do plano de carreira serão entregues hoje, dia 18 de agosto.

Ontem, integrantes do Sinteps participaram de uma reunião e de uma audiência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sobre o ensino técnico. Segundo o diretor da entidade, Felipe Chadi da Silva, que é técnico administrativo na Etec Horácio Augusto da Silveira, na Zona Norte da capital, eles receberam apoio de deputados estaduais e movimentos estudantis e reforçaram temas sobre o ensino técnico, compartilhando a vivência nas unidades, problemas enfrentados e reivindicações da categoria. Houve a participação de trabalhadores da capital, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e de outras regiões do Estado. 

Também foi aprovada na Câmara de Suzano uma moção de apelo ao governador Tarcísio de Freitas para que atenda às reivindicações e manifestações por melhores condições de trabalhos dos servidores das Etecs e Fatecs.  

A mobilização de hoje tem como um dos focos o compromisso das diretrizes sobre o plano de carreira. De acordo com o diretor do sindicato, o tema vem sendo discutido desde de 2019, a partir de reivindicações do Sintesp, e os trabalhos foram paralisados durante a pandemia. Uma resolução publicada pelo CPS recompôs o grupo de trabalho e deu o prazo de 40 dias para apresentação de um projeto final. 

Sobre as demais reivindicações, Silva afirma que não houve avanços nas negociações, como a bonificação por resultados, que, segundo ele, continua sem data e sem um valor definido para cada trabalhador, o reajuste salarial que não atende às perdas da categoria, e a defesa do ensino técnico diante do projeto de expansão para outras escolas estaduais, desconsiderando o trabalho do CPS. 

Centro Paula Souza

O Centro Paula Souza (CPS) informou que a adesão à paralisação atingiu 9,8% dos professores, de acordo com dados referentes aos três turnos de aulas da última quarta-feira (16) nas Etecs e Fatecs. As aulas não dadas serão repostas, de acordo com o CPS.

A instituição reiterou ainda, em nota, que trabalha para valorizar os servidores da instituição, e que a Bonificação por Resultados (BR), referente ao ano de 2022, por exemplo, já foi publicada no Diário Oficial do Estado e será paga até outubro, podendo ser antecipada para setembro; e ainda que a atual gestão, já em seu primeiro ano de governo, concedeu um reajuste acima da inflação para os servidores públicos.

Sobre o estudo para o novo Plano de Carreiras dos servidores do CPS, a instituição informou que está em andamento e contava, até o dia 23 de junho, com a participação de representantes do sindicato, que optaram por se desligar do grupo de trabalho. Porém, segundo o sindicato, a saída ocorreu após o envio de uma proposta diferente do que estava sendo discutido para diretores. 

A proposta do novo plano de carreira, segundo a CPS, será encaminhada às instâncias responsáveis pela sua análise até setembro, e as contribuições do Centro Paula Souza serão avaliadas. “O investimento nas Etecs e Fatecs para ampliar as oportunidades de acesso à formação profissional gratuita em São Paulo é compromisso da atual gestão.  A instituição adotará todas as medidas necessárias para garantir que os estudantes não sejam prejudicados”, destacou em nota.