A Associação Beneficente Jardim Margarida Comunidade Vitória protocolou, na última quinta-feira (29), um abaixo-assinado, com cerca de 2 mil assinaturas referente aos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) na Santa Casa de Misericórdia, em Mogi das Cruzes. Segundo o presidente da associação, Henrique Soares, advogados prepararam o processo que foi levado ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), com a expectativa de que providências sejam tomadas.

“Falta neurologista e cardiologistas, exames que levam no mínimo seis meses para ter retorno. Teve gente que chegou tossindo sangue e não conseguiu ser atendida. Precisamos ter que correr para que ela fosse atendida em São Paulo. Está com câncer de estômago. Já houve casos em que tivemos de chamar a polícia para que um atendimento fosse realizado”, destacou Soares.

De acordo com o documento levado à promotoria, atualmente o hospital recebe cerca de R$ 2,21 milhões por mês da Prefeitura de Mogi para a manutenção do Pronto-Socorro, mas a demora nos atendimentos e falta de médico levanta dúvidas sobre como a verba estaria sendo aplicada no atendimento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O abaixo-assinado ressalta que os que mais sofrem com tal situação é a população que vive mais afastada do centro, e que depende de transporte público para se deslocar. “Muitas vezes pela demora os pacientes não resistem e morrem no corredor por falta de atendimento emergencial, sem mencionar as especialidades. (...) As pessoas atendidas pelo convênio tem [sic] tratamento diferenciado, sendo atendida [sic] imediatamente, não ficando pelos corredores”, salienta o documento.

Em nota, a Santa Casa respondeu que os apontamentos "são divergentes dos fatos", sendo que "os valores repassados pela Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, são direcionados ao atendimento de Urgência/Emergência do Pronto Socorro", com prestação de contas realizada mensalmente. "Informamos ainda, que há auditoria mensal pelas equipes de Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde", destacou a nota.  

A respeito da falta de cardiologista, a Santa Casa comunicou que o hospital não é referência neste tipo de atendimento. 

Estado

Além dos apontamentos feitos a Santa Casa, também foi feito um ofício direcionado ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao secretário de Saúde, Eleuses Paiva, solicitando a abertura do Hospital Luzia de Pinho Melo e o respectivo Pronto-Socorro que, segundo a solicitação, está fechado a dois anos.

A Secretaria da Saúde do Estado afirmou em nota que a unidade é referência desde de 2020. “Atualmente, a unidade conta com 278 leitos de enfermaria, terapia semi-intensiva e UTI e mais de 400 médicos. Mensalmente são realizados 1.500 atendimentos de urgência e emergência”, ressaltou.

Sabesp

Em um segundo ofício encaminhado na quinta-feira (29), a Associação solicita ao governador, o término de obras da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no bairro Jardim Piatã I e II, que ficaram pendentes após a conclusão de obras de saneamento no Jardim Margarida, Residencial Novo Horizonte, Vila Augusta, Jardim Félix e Milton, uma vez que os empreendimentos estavam todos contemplados em um mesmo contrato.

Já a Sabesp, informou que a implantação de redes coletoras nos bairros Jardim Piatã I e II estão em fase de estudo. No momento, a recomendação é que os moradores adotem a utilização de soluções individuais de esgotamento sanitário, com fossas sépticas, para que os dejetos não sejam lançados na via pública. A solução é preconizada na legislação vigente”, salientou a nota.