Uma das dificuldades que a pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) também pode apresentar é na prática da fala. A fonoaudióloga da Clínica Sinapses, Alessandra Ramos, destaca que esse é um desafio motor e que, a principal ferramenta para desenvolver essa habilidade com a criança, se dá pelo meio visual.
“Elas precisam do olhar para imitar o movimento daquele som. Elas aprendem assim. Mas como o TEA tem essa dificuldade do contato visual, então ele não tem essa pista. Então é aí que eles vêem para esse treino motor, quando você mostra o movimento para as letras, e ele começa a se atentar ao movimento e ao som”, pontuou Alessandra.
De acordo com a especialista, o estímulo visual, além de associar o movimento ao som, tende a ser mais impactante, atraindo a atenção da criança. "A criança que tem déficit de atenção, por exemplo, eu utilizo um fundo vermelho, porque o fundo vermelho meio que puxa, e é quando ele bate o olho na minha figura. Nesse momento acabamos de despertar o interesse", disse.
A fala, porém, é uma das habilidades mais complexas, e para que ela possa ser praticada com excelência é preciso desenvolver outras competências. “A fala é a cereja do bolo, é a última coisa que você entra. É preciso ver se o corpo está com o desenvolvimento adequado, se a parte cognitiva está se desenvolvendo, e por último entra a fala. Se o desenvolvimento global não tem um andar esperado para idade, como exigir da fala? Porque é de fora para dentro, e a fala é muito refinada”, destacou a profissional.
É importante, destaca a fonoaudióloga, iniciar o tratamento cedo, para impedir que surjam os erros de fala e, por consequência, vícios que são mais difíceis de tratar. Dependendo da criança, as sessões podem começar a partir de um ano e meio de idade, e a permanência do acompanhamento irá variar de acordo com as especificidades de cada uma.
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*Texto supervisionado pelo editor.