Os motoristas de ônibus de Mogi das Cruzes estão em "estado de greve", com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Mogi e Região (SINDRODOV), por motivos salariais. Segundo o presidente da instituição, Félix Serrano de Barros, a classe pede reajuste salarial anual tendo em vista a inflação, além de mais 5% de aumento real - ou seja, além dos índices inflacionários.

Barros afirma que, por hora, os serviços não devem parar, mas que os motoristas estão mobilizados em prol das exigências feitas às empresas Princesa Norte e CS Brasil. "Por enquanto não vamos parar, estamos em estado de greve, esperando uma contraproposta das empresas, mas caso não aconteça, não tem outro jeito, não tem como a classe continuar trabalhando", ressaltou o presidente do sindicato.

A proposta de reajuste, de acordo com Barros, foi enviada em outubro, e o prazo para os reajustes da categoria ocorre até o fim de novembro. "Nós enviamos uma proposta para as empresas, mas não conseguimos dialogar com elas. A única que respondeu foi a Princesa Norte, que disse que não tinham dinheiro por causa do aumento do diesel. Mas sem o aumento não podemos ficar", destacou Barros. Segundo ele, a inflação nos valores de alimentos tem sido um dos principais fatores na perda do poder de compra, que incide também sobre a categoria.

Caso o sindicato e as empresas não entrem em acordo, Barros afirmou que uma assembleia sindical será reunida e há possibilidade de que uma greve se instale a partir das próximas semanas, com paradas intercaladas nos horários das linhas de ônibus.

Para o presidente do sindicato da categoria, o mínimo que a classe merece são os devidos reajustes salariais e relembrou as fases mais duras da pandemia de Covid-19. "Nossa classe trabalhou na pandemia, assim como a Polícia e médicos. Motoristas morreram por causa da Covid-19. Nós esperávamos o mínimo de reconhecimento. Somos pais de família, temos casa para sustentar, precisamos ter essa responsabilidade fiscal", afirmou.

Barros afirmou que mantém boa relação com a Secretaria de Municipal de Mobilidade Urbana, e espera que o poder público possa exercer alguma pressão para agilizar a decisão das empresas. A Prefeitura de Mogi declarou, em nota, que os motoristas e os serviços seguem atendendo os passageiros normalmente.

As empresas Princesa do Norte e CS Brasil foram procuradas pela reportagem, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição.

*Texto supervisionado pelo editor.