A nomeação dos candidatos aprovados para as dez vagas abertas pelo Instituto de Previdência do Município de Suzano (IPMS) poderá ser suspensa. Até o momento, o chamamento dos procuradores jurídicos foi cancelado até que se investigue supostas irregularidades por parte da empresa que organiza o processo de seleção, a Coordenadoria de Apoio a Instituições Públicas (Caip), unidade organizacional vinculada à Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).
De acordo com a Comissão de Administração Pública da Câmara, que iniciou a investigação do caso, uma sindicância está sendo aberta pelo instituto, a fim de levantar possíveis irregularidades. O grupo informou ao Dat que, caso surjam novas denúncias, as demais nomeações também poderão ser suspensas para apuração das informações.
No concurso aberto em junho do ano passado pelo IPMS, havia dez vagas em regime estatutário para candidatos com formação nos níveis fundamental, médio, técnico e superior. As funções eram de agente de gestão administrativa (2), ajudante geral (1), assistente social (1), auxiliar administrativo (1), contador (1), diretor administrativo financeiro (1), diretor de benefícios e gestão de pessoas (1), motorista (1) e procurador jurídico (1).
Em Mogi das Cruzes, a prefeitura decidiu cancelar o concurso para o cargo de procurador jurídico, após a administração municipal ter acatado algumas sugestões dadas pela Comissão de Sindicância por ela instaurada, que apurou a realização do certame, cujas provas também foram aplicadas pela Caip.
No relatório das análises da sindicância, a comissão concluiu que "os membros entenderam, por unanimidade, não haver provas conclusivas de que, de fato, houve irregularidade no concurso, embora haja indícios".
Entre os pontos mencionados, acerca da lisura do certame, está o fato de a coordenadoria da Caip não ter conhecimento sobre as pessoas que tiveram acesso às provas; o professor responsável pela elaboração do exame conhecer e ter sido professor de todos os egressos da USCS, que foram classificados em primeiro lugar em seus respectivos certames, além de o mesmo professor dar aula em cursinhos para concursos públicos.
Em Suzano, a primeira colocada no processo seletivo para a vaga de procurador jurídico do IPMS é ex-aluna da USCS. A suspeita de um possível favorecimento da concorrente foi levantada, no final do ano passado, pelo juiz da Vara da Fazenda Pública de Mogi, Bruno Machado Miano, que autorizou a suspensão de dois concursos.