O Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) vai implantar um sistema de geração de dióxido de cloro para evitar que novos problemas com o excesso de manganês na água do rio Tietê voltem a afetar o município. A previsão é que o equipamento custe em torno de R$ 2 e R$ 3 milhões. O diretor-geral do Semae, Marcus Melo, informou que o processo administrativo para a aquisição do aparelho está em andamento e que o processo licitatório deve ser concluído em três ou seis meses. As informações foram divulgadas ontem durante reunião na Câmara Municipal.
O sábado passado foi o dia que teve a maior concentração de manganês no rio Tietê, quando foram detectados 1,23 miligramas de manganês por litro. Nos início do mês o índice estava em 0,03 miligramas por litro. De janeiro a outubro, o Semae recebeu 512 reclamações sobre água fora do padrão. Já nos 19 primeiros dias de novembro foram 753 demandas do tipo. Apenas no dia 16 foram 247 críticas.
Os bairros com o maior volume de reclamações foram Vila Suíssa (68 queixas), Vila São Paulo (63), Jardim São Pedro e Vila Oliveira (50 cada), Mogi Moderno (44) e Centro (42). Melo informou que ainda não é possível apontar as causas que levaram ao aumento excessivo de manganês na água, eque as equipes do Semae trabalham para identificá-las. O vereador Protássio Ribeiro Nogueira (PSD), sugeriu que o solo ao redor do Tietê também fosse analisado para identificar presença de manganês.
Melo esclareceu que a instalação do sistema de geração de dióxido de cloro irá solucionar o problema, caso ele volte a ocorrer. A mesma situação foi identificada em janeiro de 2011. "Esse equipamento vai colocar o dióxido de cloro para o tratamento de água. O tratamento tradicional, hoje, não tem a necessidade desse produto. Existe um projeto de reforma da Estação de Tratamento de Água (ETA) Central e um dos itens apontado é a instalação desse aparelho", afirmou.
O diretor-geral informou que localidades como César de Souza e Botujuru ainda podem ter problemas por causa da água que ainda está no sistema. A expectativa é que, na próxima semana, todos os bairros estejam com água normal, mas isso vai depender da qualidade do rio Tietê. Melo informou ainda que o Semae alterou o processo de tratamento para resolver o problema.
De acordo com a autarquia, ao longo do mês 10 mil análises são realizadas para testar a qualidade da água em várias partes da cidade. Esse relatório pode ser acessado no site do Semae, por meio do portal transparência.
Avaliação
Os vereadores afirmaram que vão continuar acompanhando a situação até que ela se normalize. O vereador Emerson Rong (PR) disse que a reunião foi importante para tirar as dúvidas. "Não deram prazo de melhora, mas estão buscando soluções. É um caso atípico, no entanto está em evidência", destacou.
Mauro Araújo (PMDB) disse que a resposta do Semae foi rápida. "Convidamos o Marcus Melo na quarta-feira e dois dias depois ele veio. É um problema que está ocorrendo, mas ao meu ver, acredito que o Semae tem enfrentado de forma adequada", acrescentou.