A readequação da rede de ensino do Estado preocupa o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) devido à possibilidade de desemprego. A medida já anunciada pelo governo estadual prevê que as escolas com mais de um ciclo sejam reduzidas, permitindo que alunos da mesma faixa etária estudem na mesma unidade, ou seja, estudantes do ensino médio poderão estudar apenas com jovens deste ciclo, por exemplo. No entanto, a iniciativa poderá fechar algumas escolas, inclusive no Alto Tietê, o que preocupa os professores que temem perder o emprego.
A Apeoesp se posicionou contrária à mudança, pois, além de atingir os educadores, a qualidade de ensino poderá ficar comprometida e, ainda, ocorrerá a transferência dos alunos para escolas mais distantes de casa. As subsedes do sindicato da região adiantam que serão realizadas várias manifestações contra este projeto. "Somos contra essa readequação que, na verdade, é uma desorganização. Vai afetar os professores", afirmou a coordenadora da Apeoesp de Suzano, Ana Lúcia Ferreira. "O mais grave é que os alunos serão realocados sem direito de escolha", criticou.
O Estado usou como justificativa o fato de existirem salas vazias para colocar a readequação em prática, porém, Ana Lúcia rebateu. "Há salas ociosas, mas nestas mesma escolas existem turmas com 50 alunos. Poderiam diminuir o número de estudantes por sala, até para garantir uma melhor qualidade de ensino", disse.
Segundo a coordenadora da Apeoesp de Suzano, o município tem 20 mil alunos e 2,5 mil professores. "Recebemos a informação de que a escola Paulo Kobayashi, na Vila Maluf, e Carlos Molteni, no Parque Maria Helena, serão fechadas. Inclusive, fizemos uma manifestação na terça-feira", contou.
O professor Nabil Francisco Moraes, membro da Apeoesp de Mogi, também criticou a medida. "O Estado está fazendo uma reestruturação sem planejamento. Muitos prédios não estão adaptados para receber alunos somente do ciclo I, por exemplo", ressaltou.
Moraes lembrou do risco de desemprego. "O objetivo do governo é a contenção de gastos, desta forma muitos professores poderão ficar desempregados. Recebi a informação de que 138 escolas fecharão as portas em todo o Estado", revelou. Ele ainda estima que, em Mogi,, sete escolas poderão fechar, porém, destacou que esta ainda não é uma informação oficial. Moraes avalia que a questão pedagógica não foi planejada. "Estamos muito apreensivos. Outra crítica é que o governo não abriu um diálogo com a comunidade", lamentou.