Mais de 30 mulheres são vítimas de estupro a cada mês no Alto Tietê e as estatísticas apontam aumento. Apenas de janeiro a maio deste ano, foram registradas 159 ocorrências de violência sexual. Em dois meses já houve um crescimento de 54,36% . Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).
Seis municípios da região apontaram queda de 5,35% nos casos de estupro se comparados com o mesmo período do ano passado, entre janeiro e maio. No entanto, os índices ainda são altos e alarmantes, segundo a presidente da Comissão da Mulher Advogada de Suzano, Maria Margarida Mesquita.
"Infelizmente, esses números são assustadores. É uma situação absurda. A violência em todo o País está tomando uma proporção que está fugindo do controle", avaliou.
Na região, apenas os municípios de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Guararema e Santa Isabel apontaram aumento nas estatísticas.
Ao todo, o Alto Tietê tem uma média de 31,8 estupros por mês, ou seja, pelo menos, uma mulher sofre violência sexual por dia.
O município com o maior índice é Itaquaquecetuba, que já registrou 35 ocorrências, resultando em uma média de sete vítimas por mês.
Suzano é o segundo município onde há mais mulheres que viram alvos de violência sexual na região: 33 já foram estupradas este ano, uma média de 6,6 por dia.
Ferraz é a terceira cidade com o maior número de estupros. Em 2014 foram registradas 26 ocorrências; neste ano houve 27 vítimas.
Segundo Maria Margarida, essas estatísticas podem ser ainda maiores. "Ainda há casos em que mulheres que sofrem a violência, muitas vezes doméstica, e não registram o Boletim de Ocorrência", explicou.
Biritiba Mirim, Guararema e Salesópolis foram os municípios com os menores índices desse tipo de crime. Juntas, essas cidades somam 11 ocorrências.
"A gente fica assustada com essas estatísticas. É triste para a nossa juventude", comentou a presidente da Comissão da Mulher Advogada. Para ela, esse cenário de violência pode começar a mudar pela educação. "Tem que começar a trabalhar dentro das escolas orientando os pais e os alunos. Seria bom se existisse um trabalho conjunto dos governantes com a população", sugeriu.
Palestras
Maria Margarida também realiza um trabalho de orientação e conscientização em Suzano. Ela realiza palestras nos bairros sobre o tema. "Eu oriento mulheres e homens também. Eu falo da Lei Maria da Penha, quais são as penalidades e os programas que a cidade oferece", contou.