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O mogiano Atanásio Mykonios, de 56 anos, de origem grega, acompanha com apreensão a crise econômica vivenciada pela Grécia e avalia de forma positiva o resultado do plebiscito que rejeitou em 61,31% a proposta de socorro financeiro dos credores internacionais, no caso o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE ) e o bloco europeu.
Para ele, a atitude do governo em deixar a decisão para o povo foi uma estratégia política acertada. "O resultado do referendo foi o menos pior. Mas, diante da pressão dos gregos, o governo se sentiu acuado. No momento em que o governo abre esse espaço para o povo decidir, ele mesmo com os erros e problemas que possam surgir futuramente, se torna mais democrático", avalia. Para ele, isso também enfatiza o aspecto solidário. "Abre as portas para o mundo sobre o que está acontecendo, de forma que também traga mais solidariedade, já que está havendo uma comoção mundial sobre o que a Grécia vem enfrentando", acredita.
Mykonios destaca que a crise enfrentada pela Grécia é reflexo dos problemas estruturais do capitalismo internacional. "A Grécia é a primeira vítima da crise econômica de 2008, pois a partir daí ela passou a não conseguir honrar os seus compromissos com seus credores. Em outras palavras, ela é vítima do capitalismo selvagem existente na Europa e que não é visto por outros países do mundo. Não se trata de um problema de governo, mais sim um problema estrutural do capitalismo", comentou.
Em sua visão, a atual situação vivenciada pelo país europeu serve de alerta para outras nações, inclusive para o Brasil. "O Brasil não vive uma crise como a da Grécia, mas sim um ataque do capitalismo, mas sem dúvidas que pode vir a ocupar a mesma posição em que a nação grega se encontra. Qualquer país pode chegar onde a Grécia chegou, mas hoje fica claro que nenhum outro conseguirá se salvar", concluiu.