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Há situações e pessoas que nos magoam profundamente, impingindo-nos condição difícil de superar. As atitudes dos outros, muitas vezes, nos ofendem de tal maneira que ficamos sisudos, ranzinzas, corroemo-nos e até perdemos o sono por não nos conformar com o fato e, alguns, em vez de apenas remoerem a situação, externam seu sentimento de revolta, esbravejam, reagem contra o ofensor, não raro, até rompendo relacionamentos e prejudicando a ambos, além de outros que os circundam. Enfim, sentir-se magoado ou ofendido é por demais marcante e requer muita cautela e serenidade na reação. É claro que a ofensa não agrada, nem pode ser tratada como algo normal ou desprezada para que não se multiplique pela omissão, mas será que o melhor é a reação explosiva ou a resignação mordaz? Certamente que não! Se não vamos agir estimulando a falta ou a injúria, podemos iniciar nossa reação a ela, pensando no perdão, pois esse, sim, desarma, alivia, traz paz e, sobretudo, liberta. Quando só condenamos e agimos com ira sobre ira, tornamo-nos prisioneiros das situações e dos nossos ofensores, minando nossa energia ou a despendendo apenas com o que é nocivo, focando só o problema, sem enxergar perspectiva de solução, e é por isso que devemos exercitar o perdão. O perdão implica recomeço, outra chance. E quem de nós jamais precisará de nova oportunidade? O perdão se destaca pela sua nobreza e, em vez de fazer parte da vida e permear a mente dos fracos como costumam postular, é qualidade de fortes, os quais não se intimidam em demonstrar resignação positiva e afastam de si a impermeabilidade com vistas à reconstrução, ao reatamento. Talvez a solução para aquilo que lhe é tão profundo e destrutivo não esteja com outrem, mas com você mesmo. Não importa o tamanho da ofensa: experimente a prática do perdão e observe a diferença que fará em sua vida, pois se ele faz bem ao ofensor, melhor ainda fará ao ofendido.