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Dois em cada dez brasileiros já utilizaram o cartão de crédito de outras pessoas para fazer compras ou emprestaram o nome de alguém para abertura de crediário, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Essa realidade se repete no Alto Tietê, mas não preocupa os comerciantes, que procuram realizar vendas de qualidade, mas não deixam de comercializar seus produtos em função dessa prática.
Segundo o SPC, mesmo com a expansão do crédito nas últimas décadas e o ingresso de mais brasileiros no mercado de consumo no país, o hábito de usar o nome de terceiros para compras a crédito ainda é bastante comum no Brasil. Um levantamento realizado em todas as capitais em parceria com o portal de educação financeira "Meu Bolso Feliz" revelou que em cada dez brasileiros, dois (21%) já pediram o nome emprestado a outras pessoas para realizar compras parceladas, em especial mulheres (26%).
A química Cinthia Nobre, de 33 anos, se esquadra nessa estatística. Ela já precisou emprestar o cartão de amigos e familiares,mas também já fez compras para terceiros com o seu próprio cartão. Para ela, essa é uma prática normal e que, se feita com responsabilidade, ajuda muitas famílias. "Eu me sinto mais na obrigação de pagar quando se trata da fatura de outra pessoa e não da minha. Também já emprestei meu cartão e nunca tive problema de não me pagarem", explicou.
A mesma opinião foi dividida pela assistente de compras, Juliana Cristina Gomes da Silva. "Eu sujei meu nome ainda na adolescência, quando tive meu primeiro cartão e não soube controlar meus gastos. Hoje uso o cartão do meu pai para fazer alguma compra que preciso". Ele afirmou ainda que utiliza o recurso quando encontra boas promoções. "As vezes tem alguma oferta imperdível pela internet e não tenho dinheiro na hora", completou.
O estudo revelou que grande parte dos pedidos de empréstimos de nome é feita para pessoas muito próximas, geralmente um familiar ou amigo e a proximidade da relação acaba sendo um dos fatores de constrangimento para a recusa do pedido.
Comerciantes
Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Suzano, Neder Romanos, o fato de 20% da população utilizar o nome de terceiros é considerado até bom pelos comerciantes. "Assim essas pessoas tem oportunidade de fazer a compra. Se o lojista ter a opção de vender ou não para essas pessoas, ele vai optar por sim. A qualidade da venda é importante, mas utilizar o cartão de um familiar por exemplo, não denigre esse processo", declarou.
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